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Ano Novo, velha esperança

Jornal O Estado do Maranhão O Ano Novo traz sempre esperanças de dias melhores do que os decorridos até 31 de dezembro do Ano Velho. Na passagem de um ao outro – em alguns países não-cristãos isso ocorre em datas diversas da nossa –, o que se vê? Votos de prosperidade, de felicidade, de paz e concórdia entre os homens e as nações, de saúde e de melhoria material e espiritual. Em resumo, a velha esperança de realização da harmonia universal ressurge anualmente, nesta época, embora ela nunca se realize, a despeito – ou até por causa, dirão alguns –, do progresso material, cujo maior quinhão vai sempre para os já senhores de muito ou tudo, deixando pouco aos donos de pouco ou nada. Essa esperança repetida é expressão da antiga e frágil crença de que, se todas as pessoas de boa vontade, do qual poucos estariam excluídos, e somente por vontade própria ou como conseqüência de atos pouco recomendáveis, de repente colocassem em prática as belas intenções expressas no fim do ano, tudo seria ma

En defesa de Papai Noel

Jornal O Estado do Maranhão Papai Noel, como se sabe, não distribui presentes no Natal aleatoriamente. O bom velhinho obedece a um critério bem objetivo, usado há muito tempo, desde o começo de sua tarefa de Hércules, de andar pelo mundo todo na véspera do dia do nascimento de Jesus Cristo: a crianças ricas, presentes ricos; a remediadas, remediados; a pobres, pobres. Nada mais prudente. Com a sabedoria acumulada durante esses anos todos de seu meritório trabalho, ele percebeu rapidamente as dificuldades de dar presentes iguais a todas as crianças. Oferecer os mais caros a todo mundo colocaria um peso excessivo em seu orçamento, limitado como todos os orçamentos. A saída, do ponto de vista de seus parcos recursos, que o governo da Lapônia, onde ele mora, anda devorando com altos impostos, seria ele dar presentes que tivessem um preço médio entre os mais caros e os mais baratos. Mas, na qualidade de um profundo conhecedor da natureza humana, ele deve ter visto logo os problemas que a a

Luz no túnel!

Jornal O Estado do Maranhão Foram avisar o presidente de que o Ministério do Exterior estava sem luz. – Sem luz? Como sem luz? Isso é alguma piada de mau gosto? Vocês é que são uns apagados. Em todas as minhas viagens ao exterior ninguém me dá mais luz do que aqueles competentes companheiros do Ministério. Até agora, não senti falta de absolutamente nada nesta minha volta pelo mundo, principalmente de luz. Como é que eles podem estar sem luz, umas pessoas tão inteligentes como elas? – Desculpe, presidente. Nós não estamos falando no sentido metafórico. O caso é que cortaram... – Não me venham com essa conversa fiada. Vocês ficam aí falando de falta de luz, quando todo mundo conhece o brilho do Ministério do Exterior. Como pode faltar luz num órgão tão brilhante? E tem mais. Eu já não agüento mais essa história de metáfora. Toda semana aquele pessoal da televisão me torra a paciência com essa gracinha. Agora, vocês me aparecem com essa. Sim senhor, metáfora... Aliás, hoje em dia metáfor

Histórias do Presidente

Jornal O Estado do Maranhão O Tribunal de Justiça do Estado acaba de eleger por unanimidade um novo presidente. Digo mal, aliás, ao chamar de eleição a decisão. Houve, em essência, uma aclamação das mais justas.  A implantação pelo príncipe-regente de Portugal, d. João, do Tribunal do Maranhão, com o nome de Tribunal da Relação, em 1813, foi uma conseqüência natural da vinda da Corte lusitana para a América portuguesa. A existência de uma corte desse nível aqui não é de admirar, pela nossa importância econômica na época. Daquele 1813 até hoje, 190 anos passados, esta é a primeira vez que seu presidente é escolhido dessa forma. É um fato a falar bem tanto do órgão quanto do escolhido. Do Tribunal, porque mostra uma capacidade de união incomum no comum das instituições, que são feitas por pessoas com todos seus defeitos e virtudes. Neste caso, elas tomam decisões falíveis, sim, mas, com base na honesta convicção de cada um de seus componentes sobre os verdadeiros interesses da sociedade

Até quando?

Jornal O Estado do Maranhão Quem já trabalhou na administração pública e teve o encargo de gerir orçamentos conhece as dificuldades de fazer despesas inadiáveis com as receitas produzidas pela sociedade – pois o Estado nada produz e, por conseguinte, não cria tipo algum de riqueza–, que têm de ser aplicadas com máxima eficiência social. Não falo propriamente da inarredável pequenez financeira ante a infinitude das tarefas indispensáveis ao acréscimo de, não digo felicidade, mas de bem-estar material à sociedade. Esse problema só terá solução no dia de um possível juízo final. Ou no momento em que o Sol engolir a Terra, sem juízo nenhum. Falo disto. Esses dinheiros têm origem em um contrato social pelo qual todos concordam em renunciar a uma parte de suas rendas, sob a forma de impostos e, simultaneamente, em fazer um arranjo institucional pelo qual algumas pessoas são autorizadas a conduzir a aplicação da arrecadação, seguindo regras previamente estabelecidas. Um pressuposto desse acor

Guajajaras e internet

Jornal O Estado do Maranhão Há invenções que admiramos permanentemente, como se tivessem sido criadas há pouco tempo e, portanto, ainda causassem surpresa. O avião é uma delas. Sempre me fascinou a capacidade de andar no meio das nuvens de uma máquina criada pelo homem, mas que, reparando bem, não voa, apenas imita um vôo, nem tem asas como as dos pássaros, porque, diferentemente das do avião, aquelas, as asas de verdade, se movimentam, fazem ondulantes e graciosos movimentos e são movidas a sangue e ar, não a petróleo, o pai de todas as guerras no mundo de hoje, a julgar pela última no Iraque. O fascínio desse invento reside precisamente nesse prodígio de, com seu peso de muitas toneladas metálicas e brilhantes, conseguir, em seu deslocamento aéreo, dar a impressão de leveza e beleza, presentes em todo equilíbrio instável, como o do equilibrista de corda-bamba sobre um precipício. Está na iminência de sofrer uma queda, mas a evita no momento seguinte. No caso do avião, é a aerodinâmic

Burocratite aguda

Jornal O Estado do Maranhão No Brasil, as pessoas de mais de 90 anos são odiadas pela burocracia estatal, que adora fazer cadastros, remédio infalível para todas as fraudes. Essas seriam as primeiras hipóteses levantadas por um antropólogo das Maldivas, vamos supor, em sua pioneira visita ao exótico e distante Brasil, na semana passada. Ele haveria de tomar notas para um próximo livro sobre nossa cultura, abordando o tratamento desrespeitoso, arrogante e insensível dispensado pelos nativos a seus idosos e bem poderia tirar suas conclusões desabonadoras para o país com base na desastrada tentativa do INSS, presenciada por ele, de obrigar os anciãos a comparecer aos postos do órgão, com o fim de fazer mais um recadastramento, destinado, supostamente, a combater a roubalheira no sistema de pagamento de benefícios previdenciários. O caso é este. Um bando de espertalhões, aproveitando-se da impiedosa ineficiência do aparato burocrático estatal, tentam assaltar o erário permanentemente, seg

Rachel

Jornal O Estado do Maranhão Um dia, os médicos descobrem na adolescente de 19 anos uma doença pulmonar. A mãe, preocupada como todas as boas mães, obriga a filha a ir para a cama às nove horas da noite. O que fazer, se o sono não chega tão cedo e não há luz elétrica na casa de campo da família? As chamas e as sombras dançarinas do lampião aceso a noite inteira bem poderiam libertar esses fantasmas que enchem a imaginação dos jovens e se escondem durante o dia de sol tão brilhante, como o daquela terra seca, quase tão carente de água como estivera em 1915. Mas, nem os fantasmas aparecem nem a moça pensa neles. Pensa, sim, em escrever um livro, falando da estiagem de quinze anos antes, que se revelaria logo, logo, predestinado, pois os livros, como as pessoas também têm sua história e seu destino. Deita-se de bruços, pega um lápis e um caderno, desses pautados, e começa, aproveitando-se de sua pouca experiência de jornalista precoce, estreante em jornal ao 16 anos, mas valendo-se, também

A soja transgênica

Jornal O Estado do Maranhão Quem estuda os problemas de desenvolvimento econômico percebe a dificuldade de achar-se uma explicação com validade universal para o subdesenvolvimento. A multiplicidade de fatores envolvidos no seu entendimento tem levado os estudiosos a enfatizar ora um ora outro aspecto da questão. Assim, o não especialista fica confuso, sem saber qual o melhor remédio para o atraso relativo dos países subdesenvolvidos. Cientistas de várias áreas têm se juntado ultimamente aos economistas nessa tarefa explicativa. Um exemplo desse bem-vindo comportamento está no livro Armas, germes e aço , de um biólogo evolucionista, Jared Diamond, que faz uma interessante análise de longo prazo sobre o desenvolvimento dos povos. Por esse estudo, vemos que alguns fatores determinantes devem ser considerados. Isso é também verdadeiro no curto prazo. Neste caso, vejo a cultura, em sua reação a inovações, como uma boa explicação do atraso ou avanço econômico. Em economias capitalistas como

Passo adiante

Jornal O Estado do Maranhão Tenho feito diversas referências aqui à inflação que feriu nossa sociedade durante anos. A cura tardia dessa doença econômica trouxe dias melhores a milhares de brasileiros. Antes, porém, por falta de defesa contra ela e diferentemente dos ricos, capazes de defenderem-se, os pobres viam seus minúsculos rendimentos desmancharem-se rapidamente no ar, semelhantemente à dissolução, pelo capitalismo, de valores morais e espirituais, apontada pelos jovens Marx e Engels: “ Dissolvem-se todas as relações sociais antigas e cristalizadas, com seu cortejo de concepções e de idéias secularmente veneradas ”. A verdade, contudo, é esta: há muita coisa a ser feita ainda, apesar do muito que já se fez. O fim da desordem no sistema de preços representou, claro, a eliminação do imposto inflacionário, fonte graciosa, para os governos, do financiamento da farra de gastos de então, com as conseqüências desastrosas bem conhecidas. Ora, em um ambiente econômico não-inflacionário,

Rei morto

Jornal O Estado do Maranhão Apresentava-se sempre como rei. Quando cruzávamos com ele pelas ruas do Monte Castelo – pois ele agia como um rei escandinavo, facilmente acessível a seus súditos sem os rapapés da corte, sem trombetas a anunciarem sua passagem, sem escolta ou proteção de espécie alguma, numa atitude de plebeu mais do que de soberano – quando cruzávamos com ele, observávamos seus ternos de um tecido grosso, apesar do calor, infalivelmente folgados e desabotoados, a despeito da majestade dele, os sapatos privados de qualquer graxa e um tanto gastos, as meias e calças largas, estas, porém, um pouco curtas, as mãos nos bolsos e o cinto ligeiramente apertado sobre uma barriga em crescimento com o passar dos anos. Seria difícil adivinhar quantos anos deveria ter. Entre nós, alguns achavam mesmo que sua idade nunca tinha mudado, desde quando pela primeira vez o tínhamos visto, surpresos, havia alguns anos. Sabíamos, sim, da constância do seu passeio. Ficávamos ali reunidos à noit

Brasil, Século XX

Jornal O Estado do Maranhão O IBGE acaba de publicar as Estatísticas do Século XX , um resumo de informações sobre o Brasil nesses cem anos. Com base nos Censos, nas Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios, realizadas a partir de 1967, nos Anuários Estatísticos, publicados de 1938 em diante, e em outras pesquisas, o órgão reuniu informações sobre o país. Durante o século, o nosso crescimento foi um dos maiores do mundo. Ele alcançou uma taxa média de 4,5% ao ano, inferior apenas à de Taiwan, com 5%, e igual à da Coréia. O Produto Interno Bruto – PIB brasileiro foi multiplicado por um fator de 110! Entre 1900 e 1973, tivemos um crescimento médio anual de 4,9%, o maior do mundo. O nosso PIB per capita aumentou doze vezes, de R$ 516 em 1901, para R$ 6.056 em 2000; a mortalidade infantil, o número de mortes de crianças de até um ano de idade dividido por mil crianças nascidas vivas, que era de 162,4 em 1930, caiu a 29,6 em 2000; a expectativa de vida ao nascer, de meros 33,6 anos em

A escola não entrou

Jornal O Estado do Maranhão Meu fim-de-semana passado foi culturalmente popular, pois passei boa parte do domingo ouvindo velhos boleros, da época em que todo mundo os ouvia, importados de Cuba, junto com seus bongôs e congas, embora nascidos na Espanha. Nesse tempo, ninguém lhes lançava “acusação” de ser estrangeiro e, portanto, indigno de boa recepção por estas bandas. Ouvi os conhecidos Perfume de Gardênia, Besame Mucho, Contigo em la Distancia, Vereda Tropical e muito mais. Só não ouvi Tristezas, considerado o primeiro bolero, composto pelo mulato cubano Pepe Sánchez, por volta de 1883. Sua letra diz amarguradamente : “'Tristezas me dan tus quejas mujer/ profundo dolor que dudes de mi/ no hay prueba de amor que deje entrever/ cuanto sufro y padezco por ti”. Depois do bolero, passei a ouvir seus parentes próximos. Soaram, assim, o mambo e o cha-cha-cha. Mais adiante, a lambada, o reggae, o samba, a música sertaneja, o pagode e qualquer outro ritmo popular que se possa imaginar.

Boletins

Jornal O Estado do Maranhão Um dia desses meti-me a desencavar papéis antigos de dentro de pastas antigas. A cor amarelada delas, junto com o acúmulo de poeira que nelas se viam e sentiam, revelaram a marca da passagem de pelo menos uns quarenta anos. Aí, dei com boletins da época em que eu cursava os antigos ginásio e científico no Colégio Maranhense, dos Irmãos Maristas. Pus-me, então, a pensar nessas intromissões repentinas do passado no nosso dia-a-dia como a fonte da incômoda sensação de que o tempo passou apressadamente por nós e não fomos capazes de realizar muitos de nossos projetos de vida. Não sei se atualmente ainda se usam esses livrinhos nas escolas. Era neles que o irmão titular, como era chamado o responsável por cada turma, registrava não só as notas dos alunos, isto é, os julgamentos objetivos feitos com a utilização de rigorosas provas mensais, como também as avaliações subjetivas, expressas por uma outra nota, dada à chamada “aplicação”. Eu sempre achei curioso esse

Angústias de vampiros

Jornal O Estado do Maranhão   Há uma coisa que não surpreende mais ninguém no poeta Luís Augusto Cassas. (Uma vez que deram de chamar poetisa de poeta, bem se poderia chamar o poeta de poeto). São as constantes boas surpresas que seus livros nos fazem. Em cada um, como no último, O vampiro da Praia Grande , seu talento originalíssimo nos oferece algo inesperado, com uma poesia que, sendo universal em sua essência, como toda boa poesia, já o é também no alcance de leitores em todo o Brasil, com sua força indiscutível e o reconhecimento da melhor crítica do país. Esse permanente surpreender me faz lembrar de João Cabral de Melo Neto: “[...] se pode aprender a escrever,/ mas não a escrever certo livro./ Escrever jamais é sabido;/ o que se escreve tem caminhos:/ escrever é sempre estrear-se/ e já não serve o antigo ancinho./Escrever é sempre o inocente/ escrever do primeiro livro./ Quem pode usar da experiência/ numa recaída de tifo?”. É isso. Cada livro é sempre uma estréia diante da qua

Reforma?

Jornal O Estado do Maranhão A proposta de reforma tributária levada pelo Executivo federal ao exame do Congresso Nacional tem um aspecto bastante positivo. É o da simplificação do ICMS, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços que, atualmente, tem vinte e sete diferentes legislações – cada Estado com a sua – e, veja bem o leitor, quarenta e quatro alíquotas. Caso sejam aprovadas, as novas regras substituirão esse voraz e injustificado ajuntamento de legislações estaduais por uma lei apenas e cinco alíquotas. Será uma bem-vinda simplificação do sistema tributário, reclamada, há muito tempo, por todos, em vista dos resultados positivos esperados para os Estados e o país. Mas, existe uma outra característica do projeto cuja implementação poderá resultar, mais uma vez, como sempre ocorre nos momentos de dificuldades de caixa dos governos, no aumento da carga tributária, já altíssima hoje em dia, sem nenhuma garantia de que os recursos assim retirados da economia pelos arrecada

A força do reggae

Jornal O Estado do Maranhão A realização, recentemente, aqui em São Luís, do Reggae Roots Festival é uma reafirmação da força cultural do povo do Maranhão. Hoje, apesar das resistências e preconceitos, já enfraquecidos, porém, como se viu pela presença de muita gente de classe média no evento, o reggae é uma marca maranhense, sem prejuízo de nossas tradições. Estas, ao contrário, se enriquecem com o aporte de elementos importados e processados internamente por nós, com resultados bastante originais. Grita-se contra o reggae o argumento da suposta impureza de suas origens, por ter nascido na Jamaica. E o futebol moderno? Nascido longe daqui, tornou-se naturalmente uma das mais características manifestações da maneira brasileira de ser. Levando o argumento anti-reggae ao extremo, poderíamos observar que os colonizadores também trouxeram para cá seus valores culturais. Só que os impuseram em parte pela força. No entanto, estão na origem da Atenas Brasileira, como gostamos de ser conhecid

Praça da alegria?

Jornal O Estado do Maranhão   Era chamado Largo da Forca ou da Forca Velha no fim do período colonial. Foi designado, depois de algum tempo de uso, provavelmente em 1815, como o único lugar em São Luís para o cumprimento das penas capitais. (O Bequimão foi executado em outro local, na praia de Trindade, e, segundo Antônio Lopes, “perto do Palácio dos Governadores, do forte da cidade e do Colégio dos jesuítas”, sendo este o Colégio de Nossa Senhora da Luz, construído onde atualmente se encontra o Palácio Arquiepiscopal). Apropriadamente, o Largo ficava perto do Cemitério Municipal, embora os enforcados não devessem lá ser enterrados. De acordo com César Marques, esse cemitério estava situado no fim da rua Grande, de frente para a do Passeio, em terreno cedido pela Câmara Municipal à Santa Casa de Misericórdia, nas proximidades do Cine Passeio de nossos dias. Carlos de Lima informa que o largo virou praça da Alegria em 1849, depois praça Sotero dos Reis em 1868, praça Colombo em 1890, p

Praça da alegria?

Jornal O Estado do Maranhão Era chamado Largo da Forca ou da Forca Velha no fim do período colonial. Foi designado, depois de algum tempo de uso, provavelmente em 1815, como o único lugar em São Luís para o cumprimento das penas capitais. (O Bequimão foi executado em outro local, na praia de Trindade, e, segundo Antônio Lopes, “perto do Palácio dos Governadores, do forte da cidade e do Colégio dos jesuítas”, sendo este o Colégio de Nossa Senhora da Luz, construído onde atualmente se encontra o Palácio Arquiepiscopal). Apropriadamente, o Largo ficava perto do Cemitério Municipal, embora os enforcados não devessem lá ser enterrados. De acordo com César Marques, esse cemitério estava situado no fim da rua Grande, de frente para a do Passeio, em terreno cedido pela Câmara Municipal à Santa Casa de Misericórdia, nas proximidades do Cine Passeio de nossos dias. Carlos de Lima informa que o largo virou praça da Alegria em 1849, depois praça Sotero dos Reis em 1868, praça Colombo em 1890, pra