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Mostrando postagens de novembro, 2009

Escassez ou Excesso?

Jornal O Estado do Maranhão , 29/11/2009 Há semanas em que a síndrome da página em branco, cuja etiologia tem origem na falta de assunto, acabrunha e assombra o cronista e o leva a amaldiçoar o compromisso assumido com o jornal e a encher linguiça textual. Ele fala então justamente da falta de assunto. Em seguida, fingindo-se surpreso, declara o esgotamento de seu espaço e de imediato finaliza o texto. Mas, eu não quero encher linguiça. Vamos aos fatos. Nesta semana, o problema é de natureza oposta. Não há escassez de assuntos, mas excesso e pouco espaço para sobre eles dar informações. Primeiro, a Academia Maranhense de Letras elegeu na quinta-feira passada a Diretoria a ser presidida por Mílson Coutinho no biênio 2010-2012. Tivemos a 3ª Feira do Livro de São Luís, que se encerra hoje. Só pelo fato de ter sido realizada, em meio às dificuldades naturais na organização de eventos como esse na passagem de uma administração pública a outra, a iniciativa já merece elogio

Pela USP, contra as diretas

Jornal O Estado do Maranhão , 15/11/2009 No imenso lago de mediocridade formado pela educação superior do Brasil, a Universidade de São Paulo é ilha que resiste à ofensiva da barbárie autonomeada de esquerda, cuja orientação ideológica caracteriza-se pela intransigente defesa de privilégios corporativistas e outras sandices desmoralizadas no resto do mundo civilizado e próspero. Em meus anos de estudo de Economia nos Estados Unidos, na Universidade de Notre Dame, no Estado de Indiana, na região dos Grandes Lagos, pude, mais de uma vez, testemunhar o prestígio da Usp. Era a única instituição brasileira de ensino superior cujos créditos Notre Dame aceitava como bons   para completar as exigências curriculares das diversas disciplinas, pelo menos no Departamento de Economia, no programa de doutoramento. O método de seleção dos dirigentes adotado pela Usp, ao privilegiar o mérito acadêmico, contribui para a formação de tal conceito no exterior. Ela ainda não foi e, esper

Assim, não Vale

Jornal O Estado do Maranhão , 1/11/2009 O pessoal do PT não estava brincando quando falou em reestatizar a Vale. É um posicionamento  explicável, mas não justificável, porque, caso tal besteira prevalecesse, estaríamos frente à criação de milhares de boquinhas em forma de cargos estatais a serem colocados nas mãos – em verdade, também nos bolsos e nas contas bancárias – dos companheiros do partido. Como, aliás, já se comprovou repetidas vezes pelo já realizado em outras estatais, agências reguladoras e assemelhadas. Pois agora é o próprio presidente da República quem resolve agir como se a Vale continuasse a ser empresa do governo. Lula decidiu, num acesso de chavismo que, tenho esperança, será temporário, ditar estratégias e táticas empresariais e escolher as áreas em que a empresa deveria investir. Sugeriu, por exemplo, que a Vale deveria fazê-lo em siderurgia, com certeza respaldado em detalhados e sofisticados estudos de mercado. Ora, tal linha de ação empresarial