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Mostrando postagens de fevereiro, 2006

No fim das terras, uma leitura

Jornal O Estado do Maranhão , Caderno Alternativo O livro de poesia No fim das terras , de Milton Torres, diplomata gaúcho que serve atualmente no Consulado Geral do Brasil em Houston, no Texas, publicado pela Ateliê Editorial, de São Paulo, em agosto de 2005, é desses que, pela originalidade temática está destinado a marcar a poesia brasileira. A obra tem clara unidade de temas, pela visão do poeta sobre história, economia e sociedade, e cobre período que vai do início da expansão do império marítimo português até a Copacabana de nossos dias, passando pela aventura espanhola no Novo Mundo, pelo sistema colonial português na América, pelo Iluminismo mercantilista de Pombal e pela proibição da tecelagem por Dona Maria num tempo em que o processo manufatureiro da Colônia não podia mais ser contido. Nesse painel, Milton demonstra rara erudição, o que se pode ver também em outro trabalho seu, relativo ao Maranhão, feito a partir do manuscrito Memória político-econômica sobre o Maranhão

Inclusão por exclusão

Jornal O Estado do Maranhão A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou projeto que estabelece um sistema de cotas nas universidades federais brasileiras, pelo qual 50% de suas vagas seriam reservadas a alunos do ensino m édio de escolas públicas, incluídos nessa conta os negros e índios, de acordo com o percentual racial estimado pelo IBGE. A recente aprovação deu-se em caráter terminativo, o que significa não ser mais possível levar o assunto à discussão no plenário, antes de seu envio ao Senado, a não ser que um deputado qualquer, com apoio de 56 outros, peça o encaminhamento da matéria a debate amplo na própria Câmara, usando dispositivo do regimento da Casa. O deputado Gastão Viera pretende tomar essa providência, segundo me afirmou há poucos dias. Ele tem esperança de contar com o apoio dos colegas. A proposição deriva de idéia equivocada do governo do PT, dado, nos últimos tempos, a chamar de inclusão social todas as suas tentativas de fazer justiça so

Outra casa, outra vida

Jornal O Estado do Maranhão A expansão de São Luís, até meados dos anos 60 do século XX, se dava no eixo que, saindo da rua Grande, passava pelo Monte Castelo até chegar ao Anil, em continuação de tendência que vinha de meados do século XIX. As construções , no governo José Sarney, da barragem do Bacanga, da margem direita à esquerda do rio Bacanga, e da ponte do São Francisco, ligando o centro histórico à margem direita do rio Anil, reorientaram esse movimento. Espaços de ocupação urbana se abriram naqueles locais antes isolados, o que deu origem a novos bairros. Era uma nova cidade brotando, com taxas elevadas de crescimento, ao tempo em que a antiga experimentava baixo crescimento e era obrigada a permanecer com atividades econômicas de pouco dinamismo. No início dos anos 50, quando o Monte Castelo ainda se beneficiava daquela tendência secular, meus pais decidiram ali construir uma casa, sob veemente protesto de minha avó paterna, que não admitia a mudança para “aquele fim de mu