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Mostrando postagens de novembro, 2006

Cotas

Jornal O Estado do Maranhão O tema é polêmico e sujeito a emocionalismo capaz de levar muita gente a esquecer o bom senso e a racionalidade, se for possível estas qualidades prevalecerem num debate a respeito de milhares de pessoas discriminadas social e economicamente. Quero lembrar logo o fato bastante conhecido, mas esquecido com freqüência, de os Estados Unidos serem tomados como referência quando se fala do estabelecimento de cotas no ensino superior no Brasil. É natural ser assim, porquanto o sistema educacional americano é excelente, a julgar pela obtenção sistemática de Prêmios Nobel em diversos campos do saber e pelo reconhecimento mundial da excelência de sua educação universitária, apesar de defeitos que apenas destacam suas qualidades. A obtenção desse conceito se deu e se dá num contexto de crescente integração racial e criação de oportunidades de acesso à educação para os variados grupos étnicos componentes da sociedade americana. Existirá lá um sistema de cotas raciais

Controle,não!

Jornal O Estado do Maranhão Vem do senador e pastor, ou bispo, Marcelo Crivella, sob a forma de projeto de lei em tramitação no Senado Federal, ameaça à liberdade de informação, parecida com aquela de que falei na semana passada, de outro senador, Eduardo Azeredo, esta de vigilância dos usuários da internet. Agora o monitoramento seria sobre a imprensa. Crivella, que tem apoios interessados e bons companheiros na maldosa empreitada, quer alterar a Lei de Imprensa com o fim de proibir o que ele chama de divulgação de informações “potencialmente” ofensivas à honra. O projeto teve parecer favorável da senadora Fátima Cleide, do PT de Rondônia, para quem a idéia transformada em lei iria “coibir a atuação leviana dos meios de comunicação que divulgam denúncias sem ao menos verificar a solidez e a autenticidade dos elementos que lhe servem de base”. A opinião dela não é desinteressada. Ao contrário, provém do interesse de seu partido em impedir denúncias de mensalões, compras de dossiês e o

Cadastro ou cadarço

Jornal O Estado do Maranhão Não me surpreendo com o bizarro projeto do senador Eduardo Azeredo, de vigilância sobre os usuários da internet, sob a desculpa de, com essa intimidação, evitarem-se atividades ilegais na grande rede mundial. A mentalidade por trás da tentativa é velhíssima. Tão velha que chegamos a esquecer de maus exemplos do passado. De um, porém, por mais recente, o leitor se lembrará. É o do cadastro de telefones celulares pré-pagos. Como as autoridades do Executivo são incapazes de controlar a utilização criminosa da telefonia celular, como já se viu muitas vezes – não conseguem sequer bloquear o uso de celulares nos mal afamados presídios brasileiros – decidiram que os possuidores de pré-pagos teriam de fornecer informações para a montagem de um cadastro, instituição onipresente no Brasil, onde existe um, inútil, em cada esquina. Basta ir a qualquer loja de operadoras de telefonia celular e ver a ansiedade dos vendedores em aceitar qualquer informação cadastral de

Os corpos da China

Jornal O Estado do Maranhão Uso informações do Banco Mundial divulgadas no site http://web.worldbank.org. A taxa média de crescimento anual do PIB da China foi de 9% desde o fim dos anos 70, o que re-tirou da pobreza absoluta centenas de milhões de pessoas, tornando o país, sozinho, responsável por mais de 75% da redução da pobreza entre os países em desenvolvimento nos últimos 20 anos. Entre 1990 e 2000, o número de pessoas vivendo com um dólar por dia diminuiu em 170 milhões. As mu-danças desse período criaram uma economia dinâmica, com melhora substancial dos indicadores soci-ais. O analfabetismo adulto, por exemplo, caiu de 37% em 1978 a menos de 5% em 2002 e a mortali-dade infantil de 41 por 1,000 nascidos vivos em 1978 para 30 em 2002. No entanto, muitos problemas persistem. A taxa de redução da pobreza diminuiu a partir de me-ados dos anos 90, a desigualdade na distribuição de renda aumentou e há sérios problemas ambientais. Apesar do sucesso do programa do governo, de corte