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Por séculos e séculos

Jornal O Estado do Maranhão Por fim, o governo federal parece dedicar um pouco de tempo a assuntos indiscutivelmente vitais ao futuro do Brasil, em vez de focar – como vem fazendo e para dar tão só um exemplo –, em disputas, dentro do PSL, que têm como motivação a ânsia de controle de verbas do partido pela corrente interna ligada ao presidente, em confronto com o grupo do deputado Bivar. Os recursos envolvidos nessa disputa típica da chamada velha política chegam a mais de duas centena de milhões de reais no próximo ano, sendo R$ 200 milhões, aproximadamente, de Fundo Eleitoral, e R$ 68,4 milhões de Fundo Partidário. É dinheiro para nova política nenhuma colocar defeito. Mas é compreensível o fogo cruzado. Afinal, eleições se fazem com dinheiro. Proibida a doação por empresas, de onde viriam os recursos destinados à eleição dos candidatos, se queremos deixar o dinheiro do tráfico fora da jogada? Dos nossos bolsos, contribuintes indefesos. Assim decidiram nossos representantes no C

Caso de interdição

Jornal O Estado do Maranhão “[...]. Eu nunca fui muito afeito à política, acredite se quiser. Em 28 anos na Câmara, nunca fui de uma comissão”. A primeira parte da afirmação acima é sincera, mas não inteiramente. Não é ainda toda a verdade, porque Jair Bolsonaro, seu autor, odeia a política, não apenas não é “afeito” a ela. A política exige convencimento, paciência e articulação partidária, esta última exigência antes demonizada por ele, mas agora adotada, quando falou com deputados do PSL, com o fim de pedir votos para seu candidato a líder, na briga, no partido, entre seus seguidores e os do deputado Bivar. Nunca ter sido de comissão parlamentar, como menciona na segunda parte, apenas evidencia seu espírito beligerante e autoritário como também desrespeito a importante mecanismo de representação popular. Trata-se tão só do desassombro dos ignorantes da própria ignorância. Seu isolamento na Câmara dos Deputados resultou do costume de confrontar os membros da Casa e de sua paranoia.

Presidência Rebaixada

Jornal O Estado do Maranhão Bolsonaro encontrou uma desculpa para desistir da indicação do filho Eduardo à embaixada brasileira em Washington, justificada com a suposta amizade entre o rapaz e o presidente americano, Trump; e com a justificativa de alegada habilidade de Bolsonaro júnior no preparo de hambúrgueres, requisito culinário, mas não diplomático, adquirido nos Estados Unidos. O evento salvador do vexame da indicação foi a tensão entre os dirigentes do PSL, partido atual do presidente, depois de sua passagem por mais de uma dezena de outros, comportamento revelador de seu desapreço pelo sistema partidário e, portanto, pela política como instituição fundamental à solidez da democracia. Surgida da disputa entre bolsonaristas e não bolsonaristas, pelas verbas do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral, o primeiro fundo equivalente a uma bolada de R$ 114 milhões, a ser recebida ainda este ano, e o segundo a uma de R$ 586 milhões, em 2020, quando haverá eleições municipais, num tot

Nepotismo Principesco e Janja

Jornal O Estado do Maranhão Eu pensava que a influência de parentes e pessoas próximas de presidentes da República nos negócios da República, iria se encerrar após o mandato, ou os mandatos, de Jair Bolsonaro. Como se verá mais adiante, há motivos para duvidar-se disso. Por enquanto, a paciência do eleitor brasileiro com os filhos dele – pitorescamente chamados de 01, 02 e 03 – acabou, assim me parece, faz meses. Ninguém os elegeu para exercer os poderes presidenciais, mas é isso que eles fazem 24 horas por dia, 365 dias por ano, autorizados e, até, incentivados pelo pai, gerando mais dificuldades do que facilidades ao exercício da presidência, em momento de imensas dificuldades em todas as esferas da vida nacional, da econômica à moral. Sim, eu tenho conhecimento do nepotismo como um comportamento instintivo dos seres vivos, não apenas dos humanos, de proteger e beneficiar seus descendentes diretos, pois assim conseguem passar às gerações seguintes sua própria herança genética, pre

Duas mulheres

Aquela mulher que vemos ali acaba de se levantar. Irá silenciosa preparar o café da manhã para a família pobre de um bairro pobre, na manhã que mal se inicia, depois de tomar banho de água fria. Estarei ficando velha, perguntará a si mesma no banheiro, e pensará no marido, depois chamará os filhos para a escola, o mesmo marido para o trabalho, a todos para a vida diária corriqueira. Arrumará as roupas de todos, lavadas na noite anterior, depois que chegou tarde do trabalho, fará recomendações, não cheguem tarde, cuidado na rua, lavará a louça e deixará a mesa pronta para o almoço, pois àquela hora ainda não estará de volta. Agora chama a filha, hoje tu vais comigo, é sábado, tem serviço extra, a patroa precisa de nós, estou com uma dorzinha de cabeça, não sei o que é, poderás me ajudar, sempre é um dinheirinho a mais e me aliviará de pegar no pesado, a filha dirá que vai, mas não quer voltar tarde. Logo tomarão o ônibus lotado, a passagem está cara, os assaltos não param, o motorista d

Honesto Desconhecido

Crônica de 13/8/2006 Em meio a 24 deputados da Assembléia Legislativa de Rondônia, houve um solitário que não se envolveu nas falcatruas dos três Poderes, há pouco noticiadas. Ninguém sabe seu nome, é um desconhecido. Se tivesse entrado na dança seria pop star, porque notícia boa é notícia ruim. Convoco o caro leitor a uma campanha nacional para levantar fundos destinados a erguer uma estátua a esse Honesto Desconhecido. Não se fazem estátuas do Soldado Desconhecido, em lembrança dos homens que deram a vida pela pátria, anônimos que, se não o fossem, poderiam ter os nomes colocados em ruas, avenidas, praças, rodovias? Não se estendem, de outro ponto de vista, menos nobres, tapetes vermelhos para gente que, dado o tempo suficiente, passa de ladrão do dinheiro público a benemérito da sociedade? Não se elegem para fazer leis especialistas em descumpri-las? Não se chama de excelência os que não o são? Não se aplaudem os golpistas federais? Qual a razão de não se fazer tão modesta h

Reformar ou reformar

Jornal O Estado do Maranhão Quem está desinformado hoje sobre a situação de crise em que se encontra a economia brasileira? Ninguém, com a desonrosa exceção – não podia ser de outra forma – das esquerdas brasileiras. Mas esperem, expresso-me mal. Esse bando finge desconhecer a ameaça de colapso econômico-financeiro com todas as suas consequências socioeconômicas nefastas, em especial sobre os pobres. Todavia membros de ex-governos do PT, apoiados por seus revolucionários de gabinete com ar condicionados e, por outro, por manipuladores das necessidades mais elementares do povo desamparado, querem impedir a efetivação de reformas reparadoras dos males deixados por eles próprios, males que, se não forem eliminados, afundarão mais ainda o Brasil no buraco em que eles nos meteram. O problema não é a aritmética esquerdo-comunista, fraca, é verdade; é a aritmética mental. A reforma da Previdências, talvez a mais importante de todas, atrai a ira comunista, porque abre a perspectiva de arran

Fora da Lei

Jornal O Estado do Maranhão “Construção de Instalações Portuárias Públicas de Pequeno Porte dos Municípios de São Luís e Alcântara” é o nome pomposo de projeto que tem a pretensão de instalar, do lado de São Luís, o Terminal Portuário da Ponta da Areia (mais especificamente, localizado na área conhecida como Península da Ponta da Areia), e do outro lado, em Alcântara, o Terminal Portuário da Independência. Obtive essa nomenclatura formal em filmete de divulgação do próprio governo do Estado. São Luís tem legislação, que andei consultando na última semana, sobre zoneamento, parcelamento, uso e ocupação do solo urbano, consubstanciada na Lei 3.253, de 29/12/1992, Lei de Zoneamento. O município tem ainda seu Plano Diretor. A lei que o instituiu foi publicada no Diário Oficial do Município, de 15/4/1993. Começo dessa base legal qualquer discussão sobre o acima mencionado projeto. Não analiso coisa alguma a partir de minha vontade ou de meu desejo pessoal. Não sou birrento. O governo

ATIVIDADES PERMITIDAS:

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PREFEITURA DE SÃO LUÍS SECRETARIA MUNICIPAL DE GOVERNO LEI 3.253 DE 29 DE DEZEMBRO DE 1992 DISPÕE SOBRE O ZONEAMENTO, PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO URBANO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. O PREFEITO DE SÃO LUÍS, Capital do Estado do Maranhão. Faço saber a todos os seus habitantes que a Câmara Municipal de São Luís decreta   e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO I NORMAS GERAIS Art. 1º - A presente Lei dispõe sobre a divisão do Município em zonas, define normas de parcelamento e uso do solo do Município, bem como estabelece as intensidades de ocupação, utilização e as atividades adequadas, toleradas e proibidas, tendo em vista os seguintes objetivos: I. Orientar e estimular o desenvolvimento urbano; II. Minimizar a existência de conflitos entre as áreas residenciais e outras atividades sociais e econômicas; III. Permitir o desenvolvimento racional e integrado do aglomerado urbano; IV. Assegurar concentração urbana equilibrada, mediante o controle do uso