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Mostrando postagens de dezembro, 2013

Em benefício da cidade

Jornal O Estado do Maranhão           Uma pessoa segue pela avenida dos Holandeses. Dirige seu automóvel enquanto fala ao celular. Então joga fora um papel de bombom. Se somente ela se comportar de modo semelhante, ninguém será prejudicado. A relação entre o número de acidentes provocados por quem dirige e ao mesmo tempo fala ao telefone e o número de veículos, ficará inalterada ou perto disso. O trânsito continuará tão seguro (ou inseguro) e a cidade tão limpa (ou suja) quanto no ano anterior.           E se todos pensarem e agirem assim? Aí, não haverá sistemas de saúde emergencial e de coleta de lixo capazes de atender às novas demandas pelos serviços criados pela nova situação. O inofensivo, quando praticado por um cidadão apenas, não causará transtornos à população. Lembram-se da história de estacionar no meio da rua, bloqueando o trânsito, e dizer que a demora será pouca? É a mesma coisa. Se um, tão só, se comportar dessa forma, não haverá prejuízo. Se todos, porém, seguirem o

Ação civilizatória

Ação civilizatória, assim se pode chamar a iniciativa do Ministério Público do Maranhão, por seus promotores José Cláudio Cabral Marques e Cláudio Guimarães, em parceria com o Crea-MA, a Blitz Urbana, da Prefeitura de São Luís, o Corpo de Bombeiros, do Estado, e a Secretaria Municipal de Urbanismo e Habitação. Vê-se, pelos órgãos e pessoas envolvidos, que se trata da conjugação de esforços do MP, das administrações estadual e municipal bem como de uma instituição de direito privado, o Crea-Ma, em favor de nossa cidade. Cercados, tapumes, paredes de madeira, toldos, placas e outros tipos de impedimento ao livre trânsito das pessoas em áreas públicas vêm sendo retirados ou demolidos desde ontem em São Luís. Donos de barracas ou quiosques irregulares sempre argumentam nessas ocasiões, quando são forçados a cumprir o que determinam as lei, regulamentos, normas e posturas municipais, que "estão trabalhando". Claro, estão trabalhando e, simultaneamente, transgredindo a lei. Se todo

Bombando na Ponta da Areia II

A boate "Two Towers" na Ponta da Areia continua bombando. A principal atração é a exibição explícita de "novo-riquismo": música ao vivo, alta, brega, cafona. Não há uma lei proibindo exibicionismo desse tipo? Não? Mas, devia haver. Os caras adoram dar demonstração de que são ricos. Afinal, devem pensar, de que vale ter dinheiro se não posso me exibir para os vizinhos dos outros prédios? E toca a contratar banda disso, banda daquilo, bufet de fulana, de sicrana. Vai ver, quando for de manhã a turma tá cansada, baleada, derrubada, mas doida pra voltar a se exibir.

Bombando na Ponta da Areia

Continua bombando na Ponta da Areia a casa de shows "Two Towers", agora funcionando às sextas, sábados e domingos. Música brega ao vivo é o que não falta lá. O que há de mais moderno na produção de poluição sonora está sempre presente. As sessões vão do final da tarde (tem o ensaio antes, a tal "passagem do som") até o amanhecer do dia seguinte.  Alguns frequentadores, para encerrar a noitada, saem dirigindo em zigue-zague, dando a impressão de terem tomado todas. Uma patrulha da polícia poderia ficar ali por perto para checar. Venha ouvir com seus próprios ouvidos.

Cinismo moral

Vejam até que ponto chega o cinismo moral do governo do PT. Ligo a televisão e lá está o ministro do Esporte baixando o cacete na polícia de Santa Catarina por não ter prendido mais gente após os episódios de selvageria patrocinados pelas torcidas do Atlético Paranaense e o Vasco, na última rodada do campeonato brasileiro de futebol. É claro que mais gente deveria estar na cadeia. Aliás, se fosse essa a atitude do governo federal nas badernas dos black blocs e assemelhados, de junho em diante, não teríamos visto neste segundo semestre do ano tanta destruição de bens públicos e privados no Brasil, tanta desordem, tanta ameaça à segurança da população e tanto transtorno às vidas dos cidadãos que só querem ganhar o pão de cada dia e voltar para casa no fim de sua jornada de trabalho. Houve dia em que multidão de 15 a 20 pessoas (não, não foi de 15 mil ou 20 mil) interrompeu o tráfego em uma das rodovias mais movimentadas do país, entre São Paulo e Belo Horizonte, porque alguém estava com

O Consultor

Jornal O Estado do Maranhão           Não sei a razão de tanta agitação com o anseio de trabalhar do apenado José Dirceu, num hotel de luxo de Brasília. Certo, ele já desistiu da ideia. Felizmente, todavia, a cooperativa de presidiários Sonho de Liberdade comunicou ao STF que oferece novo emprego a ele, por R$ 505,00 por mês. Aceitará? Perdeu-se, no entanto, no setor hoteleiro grande oportunidade de serem usadas em benefício da nação as habilidades de um trabalhador altamente qualificado. Afinal, o Zé tem experiência nesse ramo. Lembram-se de quando até políticos do PSDB corriam a outro hotel na mesma cidade para se consultar com o ex-líder estudantil dos anos 60? As visitas iam de dirigentes de grandes estatais a ministros, ávidos por sábios conselhos. A lista tinha peso em dois sentidos. Um derivava da importância política e econômica dos que nela figuravam e, o outro, das toneladas de quilos em excesso de muitos deles, senhores que prosperaram na vida honestamente, claro, em muito

Sinais alarmantes

Publicado no Globo Online em 1/12/2013 às 9 horas Fernando Henrique Cardoso Finalmente fez-se justiça no caso do mensalão. Escrevo sem júbilo: é triste ver na cadeia gente que em outras épocas lutou com desprendimento. Estão presos ao lado de outros que se dedicaram a encher os bolsos ou a pagar suas campanhas à custa do dinheiro público. Mais melancólico ainda é ver pessoas que outrora se jogavam por ideais — mesmo que controversos — erguerem os punhos como se vivessem uma situação revolucionária, no mesmo instante em que juram fidelidade à Constituição. Onde está a Revolução? Gesticulam como se fossem Lenines que receberam dinheiro sujo, mas usaram-no para construir a “nova sociedade”. Nada disso: apenas ajudaram a cimentar um bloco de forças que vive da mercantilização da política e do uso do Estado para perpetuar-se no poder. De pouco serve a encenação farsesca, a não ser para confortar quem a faz e enganar a seus seguidores mais crédulos Basta de tanto engodo. A condenação pel