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Mostrando postagens de outubro, 2015

Brasil uber alles

Jornal O Estado do Maranhão           De boas intenções, o inferno está lotado. Basta olhar a fé quase religiosa com que o poder estatal impõe decisões irracionais aos cidadãos. Anunciadas como benefícios a eles, ao homem comum, em especial se ele for comumente pobre, sendo prejudiciais, muitas vezes, aos de classe média, embora isso não seja dito, elas acabam resultando em remédios com efeitos opostos aos apregoados.           A imprensa anunciava, há dias, dois deles. Um, foi a proibição, pelo Procon de Belo Horizonte, com respaldo da justiça, de concessão de descontos a consumidores que pagam suas compras em espécie, se igual desconto não for concedido ao pagamento com cartão de crédito. A alegação, que, por sua larga utilização, não é mais percebida como absurda, é de discriminação contra o comprador disposto usar seu cartão, por não haver, neste caso, o mesmo desconto. O resultado previsível é de o outro consumidor ficar proibido de desfrutar o desconto oferecido espontaneamente

Eu não disse?

Jornal O Estado do Maranhão           Chego em casa morto de fome (ninguém nunca está somente com fome, mas, sempre, morto de fome, não sei se leitor já observou esse fenômeno) e pergunto pelo almoço. Nossa colaboradora (colaboradora desde que o politicamente correto determinou que chamar alguém de empregada era humilhação punível com pesadas penas a serem cumpridas na penitenciária de Pedrinhas) apressou-se a dizer que eu iria almoçar ovo frito na manteiga. Ela mencionou, claro, outros pratos, como torta de camarão, o meu preferido. Mas, minha mente se fixou apenas no ovo e na manteiga. Minha reação foi instantânea e surpreendente até para mim mesmo. Abandonando minha postura no geral cordata e compreensiva e desatento à necessidade de não atiçar, com a colaboradora, a luta de classes, perguntei em voz alta, tentando parecer irônico: “Quer dizer que agora temos aqui, dentro de minha própria residência, uma conspiração para me encher de colesterol e me matar aos poucos? Eu, que prati