23 de novembro de 2008

Federação de Academias

Jornal O Estado do Maranhão

Em prosseguimento das comemorações do Centenário de fundação da Academia Maranhense de Letras, será lançada na próxima sexta-feira, dia 28, no auditório da AML, a Federação das Academia de Letras do Maranhão. A nova instituição já se fazia tardar, pois não é de hoje que a idéia circula entre acadêmicos e pessoas ligadas à vida literária do Maranhão. É natural que instituições dedicadas aos mesmos fins, neste caso, o da defesa e preservação das tradições culturais do estado e dos municípios, se unam. É o que está para acontecer. Existem, hoje, no Maranhão, 22 academias de letras: Imperatrizense de Letras; Açailandense de Letras; Sambentuense; de Letras, História e Ecologia da Região Integrada de Pastos Bons; Bacabalense de Letras; Pedreirense de Letras; Arariense-Vitoriense de Letras; Maranhense de Letras Jurídicas; Barreirinhense de Letras; Grajauense de Letras; Maranhense de Medicina; Pinheirense de Letras, Artes e Ciências; Vianense de Letras; Anajatubense de Letras; Caxiense de Letras; Brejense de Artes e Letras; Barra-Cordense de Letras; Cururupuense de Letras; Letras, Ciências e Ecologia do Leste Maranhense (sede em Timon); Maçônica Maranhense de Letras; Atheniense de Letras e Artes (sede em São Luís); Letras de Tutóia. Acrescentemos a essas a Academia Maranhense de Ciência, quer foi instalada este ano em solenidade na Academia Maranhense de Letras. São 23 no total, quantidade que torna viável a criação de uma Federação. Dessa união, deve-se esperar um alargamento do nosso mundo cultural. Posso apontar duas razões, pelo menos, justificadoras dessa afirmativa. Uma, de natureza material. Falo das facilidades que o novo órgão poderá criar na captação de recursos para projetos de toda ordem, direcionados ao fortalecimento de seus filiados. Como é bem conhecido, o respaldo de uma entidade como essa é de grande importância na liberação de recursos por entidades públicas atuantes na área cultural. Imaginemos, como exemplo, que as academias desejem modernizar suas práticas administrativas e, para tal fim, planejem investir na informatização, entendida não apenas como a compra de computadores e seus periféricos, mas também o treinamento de pessoal capaz de operá-los com eficiência. Um projeto voltado para as necessidades de todas, não apenas de alguns, elaborado com regras de participação previamente acordadas, por equipe de técnicos adequadamente capacitados, que é de se supor não estarem disponíveis em todas as sedes das academias, teria mais chance de sucesso com respeito a seu pleito do que projetos isolados e menores. Na fase de implantação e depois, ele tornaria mais fácil a troca de informações de ordem técnica entre os membros desse consórcio. Quem, sozinho, tivesse dificuldades nessa área, estaria apto a superá-las com a atuação conjunta. A outra razão é de ordem cultural. A existência da Federação tornará mais fácil o contato e troca de experiências entre as academias. Os benefícios que daí advirão são múltiplos. Ciclos de palestras, programas editoriais, concursos literários, pesquisas em fontes importantes para a história literária do Maranhão e dos municípios e diversas outras atividades poderão ser mais facilmente realizadas, com a participação das entidades filiadas, num processo de enriquecimento coletivo que de outra forma alcançaria um número limitado delas. Em suma, informações sobre os trabalhos de cada uma estarão disponíveis com rapidez para as outras, criando sinergia altamente positiva entre elas. A Academia Maranhense de Letras tem orgulho, como catalisadora de vontades e sonhos, de se parte do processo de criação da nova instituição. A Federação é de todos e de todos continuará a ser, graças ao profícuo trabalho que irá desempenhar daqui por diante.

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