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Mostrando postagens de junho, 2014

Sem zebra

Jornal O Estado do Maranhão                      O aspecto mais positivo da Copa até o momento, em minha opinião, independe de ação governamental e é inerente a nossa maneira de ver o mundo e nele a nós mesmos: a hospitalidade dispensada aos visitantes. Essa atitude nos deixará um legado positivo que, bem aproveitado, nos trará benefícios inestimáveis em futuro próximo e mais adiante, contribuindo com uma imagem positiva do Brasil no exterior e o incremento do fluxo turístico de lá para cá. O comportamento ordeiro dos torcedores e a contenção pela polícia, com o uso legítimo da força, dos baderneiros de sempre, impedidos de se aproximarem dos estádios, é a prova de que, havendo prioridade pela manutenção da ordem pública, é possível, sim, alcançá-la não só na Copa, mas no dia a dia de nossas cidades. Os cidadãos precisam ter a liberdade, assegurada pela Constituição, de ir vir. A conduta dos bons é insuficiente para a tranquilidade de suas comunidades; é indispensável a repressão a

Haddad transforma a degradação de São Paulo em atração turística

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/  Blogs e Colunistas Do  Blog  de Reinaldo Azevedo Análises políticas em um dos blogs mais acessados do Brasil 27/06/2014  às 6:25 O príncipe e o plebeu das ideias: Haddad transforma a degradação de São Paulo em ponto turístico. Ou – A confissão do secretário do prefeito: programa “Braços Abertos” ignora a lei e aceita a venda de crack. Pior: na prática, Prefeitura financia a operação O príncipe e o servil plebeu das ideias; desnecessário explicar quem é quem A nobreza europeia gosta de paisagens e países exóticos, uma herança, vá lá, cultural das duas grandes ondas colonialistas, a do século 16, que se fixou nas Américas e nas costas africanas, e a do século 19, que buscou o interior da África, com as potências fazendo a partilha formal das terras ignotas. O que está fora da Europa é o “outro”. Antes, imaginava-se que aqueles mundos estranhos pudessem ser civilizados; hoje em dia, com o triunfo do pensamento politicamente conveniente, que classif

Decisão de Barroso sobre não petistas é vergonhosa, preconceituosa e escandalosa. Que se declare logo que os petistas estão acima da lei. Seria mais honesto intelectualmente

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26/06/2014  às 15:06 Roberto Barroso: um homem de olhar penetrante e juízos heterodoxos Se Romeu Queiroz e Rogério Tolentino quiserem trabalhar fora, vão ter de fazer como José Dirceu e Delúbio Soares: inventar um emprego para enganar a Corte. Aí o ministro Barroso topa. O ministro, que já confessou curtir Taiguara e Ana Carolina, certamente conhece Cazuza… Deve cantarolar por aí: “Mentiras sinceras me interessam/ me interessam…”. Até lamento associar um roquinho bacana da década de 80 a Barroso, que vem de décadas muito anteriores, do tempo em que o direito servia mais a um pensamento, a uma ideologia, do que ao império do texto legal. Então vamos ver: com base na decisão tomada ontem por expressiva maioria do Supremo — 9 a 1 —, ele liberou para o trabalho externo também Delúbio Soares, aquele que sabidamente gozava de privilégios na cadeia, o que está fartamente demonstrado, desrespeitando um dos requisitos para o trabalho externo, que é justamente o bom comportamento d

Vai ter Copa

Jornal O Estado do Maranhão           É bobagem das grandes desejar a derrota do Brasil na Copa sob o argumento de que, vitoriosa, a Seleção ajudaria a presidente Dilma na tentativa de reeleição em outubro próximo, como se houvesse relação de causa e efeito entre vitória (ou derrota) no futebol e avaliação positiva (ou negativa) do governo dela ou de qualquer outro. A administração federal por certo é muito ruim, mas não será o resultado da competição que fará as pessoas mudarem de ideia a respeito do governo do PT e sobre o próprio partido.           Equívoco de natureza semelhante, todavia diferente no objeto de crítica, é o relativo ao volume de recursos públicos aplicados na construção de estádios e ampliação de sistemas urbanos de transporte de massa. O total desses dinheiros é, relativamente às necessidades imediatas de investimentos públicos, pequena. O problemas não está aí, está na falta de cumprimento das promessas, como a de uso exclusivo de recursos privados nas obras

Futebol e memória

Jornal O Estado do Maranhão           A espécie humana tem uma característica especial, a capacidade de lembrar. Sem ela não seria possível sequer a estruturação da nossa própria personalidade. Uma das evidências disso está em doenças degenerativas como o Alzheimer. Varrendo o passado da mente das pessoas dele acometidas, destrói também a personalidade.           Mas, é preciso não cair em armadilhas. A ninguém é estranha a afirmação: “No meu tempo tudo era melhor”. A mente é seletiva ao recordar. Passado algum tempo de certos acontecimentos em nossas vidas, ela começa a selecionar apenas os fatos mais agradáveis, esquecendo muita coisa nociva ao equilíbrio psicológico. Lembrar tudo do passado seria terrível maldição. Eu mesmo tive experiência que costumo apresentar como exemplo de como eliminamos as más lembranças.           Quando fui estudar economia nos Estados Unidos, na Universidade de Notre Dame, passei cinco anos sem colocar o pé no Brasil. Depois dos dois primeiros ano

Novos empregos serão abertos, para enfrentar a tarefa hercúlea de atualizar nossa literatura

Globo On Line - 1/6/2014 João Ubaldo Ribeiro           Não sei se vocês lembram, ou que fim levou, aquela história de censurarem, expurgarem ou proibirem um livro infantil de Monteiro Lobato, por aspectos considerados racistas. De vez em quando, fico um pouco impaciente e pergunto por que não proíbem logo “Os Sertões”, com tanto racismo contido na parte que todo mundo diz que leu, mas não leu, a referente ao homem. Deve ser porque de fato não leram, senão a grita ia poder começar até mesmo por Itaparica, onde somos todos, de acordo com a visão dele, mestiços neurastênicos do litoral. A antropologia da época tinha convicções que podem hoje ser qualificadas de racistas, mas era a ciência de então e no mesmo barco estão outros cuja obra haverá de merecer ser reescrita ou banida, como Oliveira Vianna ou Sílvio Romero. Imagino que devemos até nos surpreender por ainda não terem começado uma reavaliação da figura de Machado de Assis, sob a acusação de ele ter sido um mulato alienado me