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Mostrando postagens de fevereiro, 2005

Futuro sob Ameaça

Jornal O Estado do Maranhão Não será por não saber o que fazer que não cumprimos no Brasil a obrigação de melhorar nosso sistema educacional. O exemplo da Coréia, apesar das diferenças culturais e sociais, mostra o caminho. É inadiável atender a necessidade de se investir pesadamente na melhoria do ensino básico. Não é o caso de deixar-se de aplicar recursos no superior. Trata-se de corrigir a distorção de destinar mais de 80% dos recursos públicos a este nível de instrução e, as migalhas, ao fundamental. Esse equívoco nos leva a gastar 17 vezes mais com os universitários do que com os demais alunos. Por contraste, a Coréia gasta apenas duas vezes mais e tem 82% de seus jovens na universidade. O Brasil, apenas 18%. Ou seja, gastamos relativamente muito mais do que os coreanos, mas colocamos uma percentagem muito menor no nível superior, com formação de qualidade inferior. Ora, jamais teremos universidades minimamente habilitadas a satisfazer as necessidades de pesquisa de novas tecnolo

Promessas

Jornal O Estado do Maranhão Quando se pensa na eleição do presidente da Câmara dos Deputados, cargo que pode eventualmente levar seu ocupante a substituir o presidente da República nos impedimentos deste e do vice-presidente, é natural imaginar que os candidatos, por ocasião do pleito, se preocupem prioritariamente com as questões político-institucionais relevantes para o país e para o povo brasileiro. Mas, não se vê nada disso na atual campanha ou, pelo menos, não é essa a impressão que se tem. Tem-se outra impressão: o futuro presidente, seja ele quem for entre os que têm chance de se eleger, pretende administrar a Câmara apenas no interesse particular dos parlamentares-eleitores, cujas aspirações, em grande parte, ganham expressão nas promessas magnânimas dos aspirantes ao cargo, em número de quatro. Apareceu um sequer entre eles com propostas, por exemplo, de disciplinamento efetivo do uso de Medidas Provisórias, de triste fama pelos problemas criados ao funcionamento da Casa, devi

Carnaval sem Malho

Jornal O Estado do Maranhão O leitor deve se lembrar da novidade do Carnaval do ano passado aqui em São Luís: o Rei Momo malhado. Não se lembra? O caso foi este. Inventaram que essa simpática e redonda figura da nossa tradição teria de ser soberano de academia de musculação, forte e atlético, e não do tipo bom de boca como ele deve ser. Eu protestei contra a novidade, que me parecia antidemocrática, com o argumento de que apenas um pequeno número de pessoas, uma minoria privilegiada, teria a capacidade ou a vontade para obter, pela freqüência a caríssimas academias, um corpo malhado capaz de dar a seu dono o direito de candidatar-se ao trono, caso a infeliz inovação imperasse. A maioria, sim, tem a seu alcance a democrática possibilidade, em verdade a extraordinária facilidade, de engordar e, portanto, de concorrer ao “cobiçado título”, como dizem os locutores esportivos. Dizia eu ainda: “Estamos, assim, diante de uma redução da oportunidade do cidadão comum de chegar à realeza e, por