Veados e onças
Jornal O Estado do Maranhão Eu sempre fui um carnívoro radical, amante de um bom churrasco, argentino ou brasileiro. Mas, certa época, tive de enfrentar o vegetarianismo. Dava pena ver seus adeptos com ares de esfomeados, magros o quanto se pode ser com a ingestão de ervas e raízes. Eu tinha a impressão de que eles estavam o tempo todo com o pensamento num bom bife, sem jamais admitirem tal fraqueza, embora se saiba que a carne é fraca. No entanto, eu e quase todos os apreciadores de carne, quase chegamos a sofrer discriminação nos restaurantes e nas rodas sociais da cidade. Não estou certo se éramos então maioria, pois os nossos jamais foram à boca de cena anunciar: “Eu como. Ninguém pode meter o nariz (ou a boca) nos meus hábitos”. Qual a maneira, nessas circunstâncias, de estimar quantos éramos? Certeza, tenho disto. Nossa imagem se confundia com a de trogloditas, homens da era paleolítica, por assim dizer. Tristes dias, aqueles. Falando de tempos pré-históricos, vejam