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Mostrando postagens de março 4, 2001

Um homem incomum

Jornal O Estado do Maranhão Quando o escritor maranhense Joaquim Serra morreu, em 1888, seu grande amigo Machado de Assis escreveu, na Gazeta de Notícias , do Rio de Janeiro: “Quando há dias fui enterrar o meu querido Serra, vi que naquele féretro ia também uma parte de minha juventude”. Vi a mesma coisa, quando, no sábado de Carnaval, fomos levar o corpo do meu tio Luís de Melo Raposo Filho, Luisinho, ao cemitério do Vinhais. No féretro dele ia um pedaço de minha juventude, mas dela ficavam recordações que, sem a convivência com ele, seriam menos felizes. As lembranças mais antigas que tenho dele me ficaram de sua presença na casa da rua Cândido Ribeiro, entre a rua Grande e a de Santana, onde ele morava com sua mãe, Marcelina, minha avó, e dois de seus irmãos, portanto meus tios também, Saul e Haroldo Raposo. Eu ia lá diariamente, durante o ano escolar, no turno da tarde. Saltava do ônibus na rua do Sol. Vinha andando, seguro pela mão de meu pai que, para mim, tinha passos de gigante