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Mostrando postagens de janeiro, 2005

Poeta e Poetisa

Jornal O Estado do Maranhão Dizem ser de Cecília Meireles a afirmação de que poetisa é qualquer mulher que faz versos e poeta uma autora de boa poesia. Portanto, para não se fazer confusão entre a má e a boa versejadora, não seria, nesta última hipótese, “poetisa” o feminino, de poeta, mas, sim, “a poeta”. Era desse jeito que ela, não sei se em consideração às suas muitas qualidades poéticas, gostava de ser chamada. Vem desse equívoco – pois mesmo as grandes poetisas o cometem nem que seja uma vez apenas na vida – a utilização estranha, pelo menos para mim, em círculos restritos, de poeta como substantivo comum de dois gêneros. Existe claro preconceito feminista, com origem nos anos setenta, parece-me, nessa maneira de utilizar o simples feminino de uma palavra que, pela terminação em a, não ficaria de todo mal empregada se convencionássemos incluí-las entre as femininas. Alternativamente, quem sabe ela pudesse ser utilizada como sobrecomum. A ser assim, se assemelharia, quanto ao uso

Ainda o Reggae

Jornal O Estado do Maranhão Volto ao reggae. É que acabo de ler um excelente artigo, cujo título é “O Nacional-burrismo”, de Sérgio Paulo Rouanet, filósofo, cientista político e ensaísta, diplomata de profissão, ex-ministro da Cultura do governo Collor e membro da Academia Brasileira de Letras. Ele ataca, justificadamente a meu ver, o nacionalismo cultural, “uma das idéias mais perigosas que jamais afligiram o planeta”. O perigo está na tendência à hipervalorização da própria cultura por grupos sociais em detrimento de outras. De fato, se dermos uma olhada nos livros de história, veremos sem nenhum esforço o quanto essa idéia já provocou de conflitos e guerras. Mais, até, do que interesses puramente econômicos. Em verdade – parece-me pertinente dizer – muito se ouve em círculos semiletrados cujos freqüentadores se passam por donos de sólidos conhecimentos sobre qualquer coisa, uma defesa ingênua e desinformada de uma suposta cultura tradicional, de verdadeiras raízes populares, sempre