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Mostrando postagens de maio, 2006

Terror e caos

Jornal O Estado do Maranhão Há diversas causas para a violência das grandes cidades brasileiras, fenômeno fora de controle do poder constituído, como se viu nos ataques de organizações criminosas, comandadas de dentro de penitenciárias, à polícia e população paulistas. Digo descontrolada porque não tenho ilusões a respeito da agressividade inata do ser humano. Essa visão me leva a pensar que, mesmo nas sociedades pacíficas, assim classificadas após o processo civilizatório ter realizado sem impedimentos sua missão, sempre restarão saldos de brutalidade humana a nos fazer refletir sobre a herança que temos em comum com os parentes do reino animal. Não falo dessa espécie de “normalidade violenta”, mas da situação de quase barbárie predominante hoje no Brasil, sem termos sequer a justificativa de ter ela origem no Estado, em nome da criação de um paraíso terrestre, como no comunismo, ou de derivar de movimentos revolucionários com ideologias de retórica libertadora, mas de práticas despó

Farsa sulamericana

Jornal O Estado do Maranhão A tradição de todas as gerações passadas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos. Karl Marx Uma vez que Marx saiu de moda, podemos citá-lo sem risco de termos as palavras misturadas com as do esquerdismo infantil ou de mesa de bar. Vamos, então, ao Dezoito de Brumário de Luís Bonaparte : “Hegel afirma em algum lugar que todos os fatos e personagens de grande importância na história mundial ocorrem, por assim dizer, duas vezes. Ele esqueceu de acrescentar: a primeira vez como tragédia, a segunda como farça”. Como o leitor sabe, em dezoito de brumário do ano VIII (9 de novembro de 1799), pelo calendário da Revolução Francesa, Napoleão Bonaparte, aproveitou-se da reação de grupos anti-revolucionários ao restabelecimento do Terror, deu um golpe e criou um consulado que, mais tarde, o levou a fundar o Império, tornando-se Napoleão I. Era um filho da Revolução de 1789 açoitando a contra-revolução. Em 1851, Luís Bonaparte, , sobrinho de Napoleão I, e en

Opereta sulamericana

Jornal O Estado do Maranhão A diplomacia brasileira é conhecida no mundo todo pela competência, ou foi conhecida, até o momento em que o governo do Brasil decidiu orientar sua política externa por critérios ideológicos e não pelos interesses nacionais, como todos fazem na arena internacional. Um dos resultados, para a surpresa de ninguém, ou, talvez, apenas, dos ideólogos governamentais, foi esse que se vê neste momento: expropriação pelo governo boliviano de investimentos da Petrobrás. E, no entanto, o presidente da Bolívia foi eleito tendo o nosso como animado cabo eleitoral. Um dos argumentos usado com freqüência pelo pessoal de mentalidade estatizante, aqui em nosso país, contra a privatização das empresas-dinossauros estatais, era o de que a venda de seus ativos se dava “a preço de banana”, com perda de parte do patrimônio do povo brasileiro que, é bom notar, havia passado na prática às mãos e pés da burocracia e da tecnocracia. Ora, a Petrobrás é uma estatal brasileira. O patri