6 de novembro de 2011

Anafabetismo de (maus) resultados

Jornal O Estado do Maranhão

A Universidade Estadual de São Paulo – USP é a melhor e mais importante do Brasil. Poucas, ou mesmo nenhuma, de nossas instituições de ensino superior gozam, fora de nosso país, de seu prestígio. Sei disso por experiência própria, pois quando estudava nos Estados Unidos eu via na minha própria Universidade, Notre Dame, em Indiana, que era apenas dela que os americanos aceitavam créditos obtidos no Brasil. Pois tal conceito está ameaçado por um ajuntamento de bandidos dispostos a subjugar por métodos violentos e antidemocráticos a maioria dos verdadeiros estudantes.
Um destes, Felipe Paiva, levou de assaltantes um tiro na cabeça em maio, dentro do estacionamento da faculdade de economia e morreu. O conselho da Universidade decidiu então pela assinatura de um convênio de patrulhamento ostensivo com a Polícia Militar de São Paulo. Iniciado o trabalho, os índices de criminalidade diminuíram vigorosamente: roubos de veículos, queda de 92,3%; furtos a veículos, de 90%; sequestro-relâmpago, de 87,5%; lesão corporal, de 77,8%; roubos em geral, de 66,7%. A conclusão é óbvia: faltava policiamento. Os membros da comunidade universitária recebiam enfim respostas adequadas às ameaças a suas vidas e patrimônios.
O aumento da segurança incomodou dois grupos. Um, formado por trotskistas profissionais que ali vão tão só fumar baseado, se entupir de outras drogas e, ainda, posar de líderes. No empreendimento, contam com os serviços do segundo grupo, o dos traficantes. Sem a polícia, a situação era perfeita. Os agentes do tráfico forneciam as drogas ao público interno do campus e, de quebra, ainda utilizavam a área como base de distribuição para os também lucrativos mercados, vamos dizer assim, externos. Daí a gritaria contra o policiamento de parte dos revolucionários de fancaria (desculpem o termo antigo, mas fazer a revolução com o dinheiro de pais de classe média alta é coisa bem antiga e fracassada) e a favor de um suposto território livre, como se autonomia fosse sinônimo de soberania.
Espera aí, baderneiros, território livre de quê? Da Constituição do Brasil, das demais leis e de potenciais empecilhos ao livre comércio de drogas. Armou-se então um confronto: quando a PM, em cumprimento da lei brasileira, prendeu dois pseudoestudantes que fumavam baseados foi atacada pela bandidagem minoritária empenhada em impor suas ideias à maioria, com paus, pedras e barras de ferro. Um articulista de um grande jornal brasileiro disse: “Um delito menor, como a posse de um cigarro de maconha, não justifica a presença de um batalhão da PM em ambiente escolar”. Essa tipificação não existe na lei e, como se sabe, esta tem de ser cumprida. Esse é um exemplo de tentativa de distorção dos fatos, de má-fé, pois a razão da presença das forças de segurança lá foi, como dito acima, a crescente criminalidade. Em seguida, o sujeito tira uma carta de seguro: “Não de trata aqui de fazer a apologia às drogas”. Se não é apologia, é o quê? Condenação? E continua: “Estudantes saíram mais uma vez feridos”. É mesmo? E os policiais, receberam flores?
Evidência do analfabetismo revolucionário desses trogloditas é o cartaz que colocaram na entrada do prédio da administração da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências, da Universidade, ocupado pela turma de porras-loucas, em protesto contra a PM: “Os policiais não são trabaliadores. São o braço armados dos exploradores”. Rima e português de péssima qualidade. Trabaliadores, braço armados? Devem ser discípulos de Fernando Hadad, suspeito de mandar ensinar às crianças brasileiras o errado como se o certo fosse.
Em votação entre os estudantes para decidir sobre a continuação da ocupação do prédio, perderam. Reagiram ocupando outro, da administração central da Universidade. Aí está o método: se uma votação democrática não lhes dá a vitória, dane-se o resultado. Cometem outra ilegalidade.
Acho que as autoridades deveriam descobrir a escola onde esses caras fizeram o estudo médio, a fim de mandar seus dirigentes de volta aos bancos escolares. Mas, não peçam para Haddad cumprir a missão.

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