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Mostrando postagens de fevereiro 2, 2003

Armadilhas

Jornal O Estado do Maranhão Perguntam-me se não me falta assunto para escrever todas as semanas. Falta, claro, algumas vezes. Acontece com todo mundo que escreve. Ninguém esteve, está ou estará livre dessa pane periódica de idéias. Em algum momento ela vai atacar. É uma situação semelhante à do sujeito chamado a dizer alguma coisa, as famosas “breves palavras para não me alongar”, de duração, não raro, de no mínimo meia hora. De repente, lhe dá um branco. Como tem de dizer alguma coisa, ele diz. Tem início aí uma pequena tragédia. Ele começa a soltar as primeiras coisas que lhe vêm à cabeça, a dar voltas, a repetir-se, a dizer que vai terminar logo, mas, de verdade, não diz coisa nenhuma nem sabe como terminar. Exceto no caso de o “discurso” ser dirigido a seu chefe na festa do seu aniversário. Aí o discursador sabe direitinho os elogios a fazer. Nesta última situação, não falta matéria para ele deitar falação à vontade. Quem escreve, porém, precisa ter cuidado. O vento leva a palavra