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Mostrando postagens de dezembro, 2005

Papagaios, Patos, Gatos E Perus

Jornal O Estado do Maranhão   Seu Antônio, viúvo, aposentado solitário, morador de Brasília, tinha um papagaio havia mais de quarenta anos, sua única companhia depois da morte da mulher. (Não sei se o animal tem vida tão longa, confio na informação da TV.). Tinha também um vizinho inimigo de papagaios, à semelhança daquele outro de Timon, no Maranhão, que não gostava de cachorros, em especial de Bingo, que o mordeu, despertando-lhe a ira, disso resultando denúncia à polícia e prisão do cachorro, humano também (como o papagaio), na divinatória classificação do ex-ministro do Trabalho, Rogério Magri, pois, como se vê hoje, bicho virou gente, a julgar por clínicas de estética, hotéis, academias de ginásticas e salões de beleza que antes serviam apenas aos chamados seres racionais, mas agora prestam serviços aos clientes de quatro patas, que fazem gato e sapato de seus pretensos senhores. O caso do viúvo, porém, é outro. Ele queria apenas companhia confiável, alguém para lhe aliviar a sol

Ratos e Homens

Jornal O Estado do Maranhão Pesquisas científicas que procuram maneiras de utilizar células-tronco em seres humanos provocam intensos debates, pelas dúvidas que suscitam no campo da ética. Ao contrário das demais células, elas são capazes de se diferenciar, constituir diferentes tecidos em nosso organismo e de se auto-replicar. No entanto, tão-só as embrionárias, assim chamadas por serem encontradas nos embriões, podem se diferenciar ou se transformar em qualquer um dos 216 tecidos do corpo humano. O restante das células-tronco podem, em um caso, modificar-se em quase todos os tecidos, menos na placenta e anexos embrionários; em outro, se diferenciam em poucos; no último caso, em apenas um tecido. Elas poderão ser úteis, para citar somente dois casos de aplicação promissora, na cura da diabetes e na regeneração de lesões graves. (Não, eu não me tornei de repente um especialista no assunto, só usei a internet para obter essas informações no sítio do jornal O Estado de S.Paulo , na seçã

Duas Mulheres

Jornal O Estado do Maranhão   Aquela mulher que vemos ali acaba de se levantar. Irá silenciosa preparar o café da manhã para a família pobre de um bairro pobre, na manhã que mal se inicia, depois de tomar banho de água fria, estarei ficando velha, perguntará a si mesma no banheiro, e pensará no marido, depois chamará os filhos para a escola, o mesmo marido para o trabalho, a todos para a vida diária corriqueira, sem novidades, exceto aquela que todos saberão no fim do dia, de que ela só terá consciência no último instante e apenas por um brevíssimo momento ou quem sabe não terá, não compreenderá a origem da sensação estranha de calor e leve dor em todo o seu frágil corpo. Arrumará as roupas de todos, lavadas na noite anterior, depois que chegou tarde do trabalho, fará recomendações, não cheguem tarde, cuidado na rua, lavará a louça e deixará a mesa pronta para o almoço pois àquela hora ainda não estará de volta. Agora chama a filha, hoje tu vais comigo, é sábado, tem serviço extra, a

Brasileirão

Jornal O Estado do Maranhão O campeonato brasileiro de futebol, o Brasileirão, chega ao fim com sucesso hoje. Seria melhor não fosse pelo juiz que manipulou algumas partidas, anuladas de imediato pelo tribunal de justiça desportiva. A rapidez da ação evitou as usuais polêmicas, de resultados imprevistos sobre o andamento da competição. O acerto da forma de disputa, a mesma adotada na Europa, levou a que as duas equipes mais eficientes neste ano, Corinthians e Internacional, de Porto Alegre, sejam as únicas com chances de alcançar o título, como, aliás, acontece quando o merecimento prevalece. A razão do êxito do Brasileirão está justamente aí, num sistema de pontos corridos, com rebaixamento e jogos de todos contra todos em dois turnos. Não é o caso da Copa do Brasil, torneio cujo objetivo é dar oportunidade de vencê-lo a times sem tradição nacional, com um pouco de sorte em pequeno número de partidas eliminatórias. Os méritos dessa boa organização são da CBF. Quem não se lembra da re