Uma atitude mental
O Estado do Maranhão Em 1954, eu tinha 6 anos de idade. Lembro muito bem do suicídio do ditador Getúlio Vargas, então presidente da República, eleito em 1950, democraticamente, depois de seu período semiditatorial entre 1930 e 1937 e, abertamente, ditatorial daí até 1945. Prevaleceu genuíno clima de consternação, com músicas fúnebres nas emissoras de rádio, edições extras dos jornais a toda hora e o povo triste e revoltado. Gegê era, sim, popular, mesmo quando autocrata, assim como Medici o seria, no regime militar, quando na presidência da República. Todo ditador é sanguinário, permitam-me dizer o óbvio. É que o óbvio nem sempre é óbvio, como é possível ver da adoração das esquerdas brasileiras por ele. É como se as atrocidades cometidas pelo seu regime, durante tantos anos, jamais tivessem existido, não fossem óbvias. O comunista Luís Carlos Prestes, estrela-guia de um dos Partidos Comunistas brasileiros, viu sua mulher ser enviada por Getúlio a um campo de conc