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Mostrando postagens de outubro, 2001

Desenvolvimento sustentável

Jornal O Estado do Maranhão A consolidação e aceitação do conceito de desenvolvimento sustentável resultaram de discussões que, tendo início nos anos 60, tiveram dois marcos importantes, já em 1972, o estudo Limites do crescimento , do Clube de Roma, e a Conferência de Estocolmo. Ambos destacaram as ameaças à vida em nosso planeta e a impossibilidade de as gerações futuras poderem contar com uma base de recursos naturais adequada a suas necessidades, caso o estilo de desenvolvimento predador da época não mudasse. Ainda na década dos setenta, os debates enfatizaram também as relações entre estruturas concentradoras de poder e degradação ambiental. Em 1987, a Comissão das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento – UNCED publicou um relatório, Nosso Futuro Comum . É desse documento a bem conhecida definição: "Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade de as futuras gerações satisfazerem as suas pr

Greve nas federais

Jornal O Estado do Maranhão O professor José Henrique Vilhena, reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, em entrevista recente à Veja, afirma que “existe uma doença que ataca a graduação das universidades, o corporativismo”. Nasce daí um permanente estado de greve que impede a aprovação de qualquer proposta de mudança para melhorar o ensino, apesar do gasto da sociedade brasileira, de bilhões de reais por ano, com essas instituições.  Agora, 440.000 de seus alunos estão ameaçados de perder o vestibular e um semestre de estudos, com prejuízo imediato de oportunidades de trabalho, por causa de uma greve de dois meses. Os grevistas pedem um aumento de 75% e a incorporação de gratificações aos vencimentos. No caso dos professores, a Gratificação por Estímulo à Docência – GED. Sem levar em conta a curiosidade de pagar-se alguém para fazer algo para o que já é contratado, através de concurso público, pode-se ver a GED como parte de um sistema de estímulo à produtividade. Que

Um liberal

Jornal O Estado do Maranhão É do cientista político Nicola Matteucci a afirmação de que as dificuldades de uma definição consensual do que seja liberalismo são de três ordens. A primeira está na história do liberalismo, de ligação estreita com a democracia. Isso torna difícil distinguir um da outra porque é exatamente o liberalismo o critério utilizado para distinguir a democracia de cunho liberal da não-liberal. A segunda é que o liberalismo, nos diversos países, não apareceu simultaneamente. Na Inglaterra é um fenômeno do fim do século XVII. No resto da Europa, é do século XIX. Terceiro, as experiências liberais encontraram culturas e problemas políticos específicos que criaram diferentes perfis da doutrina em cada país. É por isso que ser liberal nos Estados Unidos é ser de esquerda. Aqui é ser de direita. No entanto, há algo constante nessas idéias. O liberalismo lutou sempre por instituições representativas e por ampla autonomia econômica e cultural da sociedade civil. Na ética e

Reformas

Jornal O Estado do Maranhão Do total de 420 deputados federais brasileiros, 156, equivalentes a 30% da Câmara dos Deputados, mudaram de partido durante a atual legislatura iniciada em 1999. No Senado, “apenas” 16% seguiram esse edificante exemplo. Partidos cresceram ou diminuíram, subiram ou desceram, engordaram ou emagreceram, sem dar a mínima satisfação aos eleitores ou à opinião pública e sem mudar a orientação ideológica ou os programas partidários para justificar essa movimentação toda. Houve um deputado que trocou sete vezes de partido. O ilustre representante do povo demorou longos 4 meses e 21 dias, em média, em cada um por onde passeou. Ele revelou o estranho desejo de mudar novamente, se alguém bater seu recorde, para recuperar o título de campeão. Outro, mais comedido em seu ímpeto mudancista, tendo pulado de galho modestas seis vezes, alegou que variou tanto porque, como bom democrata, não suportava por muito tempo os colegas travestidos de manda-chuvas. Revoltava-se por nã