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Mostrando postagens de 2013

Em benefício da cidade

Jornal O Estado do Maranhão           Uma pessoa segue pela avenida dos Holandeses. Dirige seu automóvel enquanto fala ao celular. Então joga fora um papel de bombom. Se somente ela se comportar de modo semelhante, ninguém será prejudicado. A relação entre o número de acidentes provocados por quem dirige e ao mesmo tempo fala ao telefone e o número de veículos, ficará inalterada ou perto disso. O trânsito continuará tão seguro (ou inseguro) e a cidade tão limpa (ou suja) quanto no ano anterior.           E se todos pensarem e agirem assim? Aí, não haverá sistemas de saúde emergencial e de coleta de lixo capazes de atender às novas demandas pelos serviços criados pela nova situação. O inofensivo, quando praticado por um cidadão apenas, não causará transtornos à população. Lembram-se da história de estacionar no meio da rua, bloqueando o trânsito, e dizer que a demora será pouca? É a mesma coisa. Se um, tão só, se comportar dessa forma, não haverá prejuízo. Se todos, porém, seguirem o

Ação civilizatória

Ação civilizatória, assim se pode chamar a iniciativa do Ministério Público do Maranhão, por seus promotores José Cláudio Cabral Marques e Cláudio Guimarães, em parceria com o Crea-MA, a Blitz Urbana, da Prefeitura de São Luís, o Corpo de Bombeiros, do Estado, e a Secretaria Municipal de Urbanismo e Habitação. Vê-se, pelos órgãos e pessoas envolvidos, que se trata da conjugação de esforços do MP, das administrações estadual e municipal bem como de uma instituição de direito privado, o Crea-Ma, em favor de nossa cidade. Cercados, tapumes, paredes de madeira, toldos, placas e outros tipos de impedimento ao livre trânsito das pessoas em áreas públicas vêm sendo retirados ou demolidos desde ontem em São Luís. Donos de barracas ou quiosques irregulares sempre argumentam nessas ocasiões, quando são forçados a cumprir o que determinam as lei, regulamentos, normas e posturas municipais, que "estão trabalhando". Claro, estão trabalhando e, simultaneamente, transgredindo a lei. Se todo

Bombando na Ponta da Areia II

A boate "Two Towers" na Ponta da Areia continua bombando. A principal atração é a exibição explícita de "novo-riquismo": música ao vivo, alta, brega, cafona. Não há uma lei proibindo exibicionismo desse tipo? Não? Mas, devia haver. Os caras adoram dar demonstração de que são ricos. Afinal, devem pensar, de que vale ter dinheiro se não posso me exibir para os vizinhos dos outros prédios? E toca a contratar banda disso, banda daquilo, bufet de fulana, de sicrana. Vai ver, quando for de manhã a turma tá cansada, baleada, derrubada, mas doida pra voltar a se exibir.

Bombando na Ponta da Areia

Continua bombando na Ponta da Areia a casa de shows "Two Towers", agora funcionando às sextas, sábados e domingos. Música brega ao vivo é o que não falta lá. O que há de mais moderno na produção de poluição sonora está sempre presente. As sessões vão do final da tarde (tem o ensaio antes, a tal "passagem do som") até o amanhecer do dia seguinte.  Alguns frequentadores, para encerrar a noitada, saem dirigindo em zigue-zague, dando a impressão de terem tomado todas. Uma patrulha da polícia poderia ficar ali por perto para checar. Venha ouvir com seus próprios ouvidos.

Cinismo moral

Vejam até que ponto chega o cinismo moral do governo do PT. Ligo a televisão e lá está o ministro do Esporte baixando o cacete na polícia de Santa Catarina por não ter prendido mais gente após os episódios de selvageria patrocinados pelas torcidas do Atlético Paranaense e o Vasco, na última rodada do campeonato brasileiro de futebol. É claro que mais gente deveria estar na cadeia. Aliás, se fosse essa a atitude do governo federal nas badernas dos black blocs e assemelhados, de junho em diante, não teríamos visto neste segundo semestre do ano tanta destruição de bens públicos e privados no Brasil, tanta desordem, tanta ameaça à segurança da população e tanto transtorno às vidas dos cidadãos que só querem ganhar o pão de cada dia e voltar para casa no fim de sua jornada de trabalho. Houve dia em que multidão de 15 a 20 pessoas (não, não foi de 15 mil ou 20 mil) interrompeu o tráfego em uma das rodovias mais movimentadas do país, entre São Paulo e Belo Horizonte, porque alguém estava com

O Consultor

Jornal O Estado do Maranhão           Não sei a razão de tanta agitação com o anseio de trabalhar do apenado José Dirceu, num hotel de luxo de Brasília. Certo, ele já desistiu da ideia. Felizmente, todavia, a cooperativa de presidiários Sonho de Liberdade comunicou ao STF que oferece novo emprego a ele, por R$ 505,00 por mês. Aceitará? Perdeu-se, no entanto, no setor hoteleiro grande oportunidade de serem usadas em benefício da nação as habilidades de um trabalhador altamente qualificado. Afinal, o Zé tem experiência nesse ramo. Lembram-se de quando até políticos do PSDB corriam a outro hotel na mesma cidade para se consultar com o ex-líder estudantil dos anos 60? As visitas iam de dirigentes de grandes estatais a ministros, ávidos por sábios conselhos. A lista tinha peso em dois sentidos. Um derivava da importância política e econômica dos que nela figuravam e, o outro, das toneladas de quilos em excesso de muitos deles, senhores que prosperaram na vida honestamente, claro, em muito

Sinais alarmantes

Publicado no Globo Online em 1/12/2013 às 9 horas Fernando Henrique Cardoso Finalmente fez-se justiça no caso do mensalão. Escrevo sem júbilo: é triste ver na cadeia gente que em outras épocas lutou com desprendimento. Estão presos ao lado de outros que se dedicaram a encher os bolsos ou a pagar suas campanhas à custa do dinheiro público. Mais melancólico ainda é ver pessoas que outrora se jogavam por ideais — mesmo que controversos — erguerem os punhos como se vivessem uma situação revolucionária, no mesmo instante em que juram fidelidade à Constituição. Onde está a Revolução? Gesticulam como se fossem Lenines que receberam dinheiro sujo, mas usaram-no para construir a “nova sociedade”. Nada disso: apenas ajudaram a cimentar um bloco de forças que vive da mercantilização da política e do uso do Estado para perpetuar-se no poder. De pouco serve a encenação farsesca, a não ser para confortar quem a faz e enganar a seus seguidores mais crédulos Basta de tanto engodo. A condenação pel

Gente Sensível

Jornal O Estado do Maranhão           O Brasil é um país original. Aqui, todo mundo é esquerdista, caso único no mundo. O bobinho, ao falar com a imprensa, dar entrevista à televisão, escrever longos e obscuros artigos em jornaleco, revista ou blog financiado pelo Banco do Brasil, Caixa Econômica ou Petrobrás (afinal, empresas estatais devem servir mesmo a esse fim, apoiar as ideias dos companheiros e difamar adversários políticos) tratará logo de deixar claro o quanto é sensível aos chamados problemas sociais. Reivindicará então o monopólio desse nobre sentimento. Pronto, é um esquerdista dos bons, politicamente correto. O galardão autoconcedido o deixa satisfeito: “Sou bacana, me importo com os pobres. Hoje vou dormir tranquilo como um justo”.           Em seguida jogará em cima das consciências degeneradas dos “direitistas” a vergonhosa insensibilidade deles. Se o cara for contra a intromissão do Estado na vida privada dos cidadãos, a ponto dos governantes tentarem determinar o

Porta de Escola

Jornal O Estado do Maranhão                      Há um problema sério de saúde pública, com características de epidemia. Por onde se anda, encontram-se exemplos fartos dessa realidade. Basta olhar em redor por alguns minutos e você, caro leitor, poderá ver que a coisa é séria, muito séria e requer ação e solução imediatas das autoridades da saúde, as municipais bem como as estaduais e federais. Só um esforço conjunto poderá evitar o descontrole da situação e livrar a população do agravamento de seus achaques. É um acontecimento inusitado, silencioso, mas evidente aos olhos de todos dispostos a ver. Sinto-me na obrigação de fazer este alerta porque, afinal, todos nós estamos em perigo e não sei se, contraída a enfermidade, haveria esperança de cura. Até a medicina praticada em São Paulo não poderá ajudar-nos, apesar da boa vontade dos médicos de lá.            Se, incrédulo leitor, você achar exageradas minhas palavras posso lhe dar a custo zero uma sugestão simples de ser seguida

O Socialismo do Século XXI: Maduro decreta "Dia da Lealdade e Amor a Chávez"

Há um maluco na Venezuela, construindo o socialismo do século XXI, mas ninguém consegue convencê-los de suas maluquices. Aliás, maluco não é ele, é o socialismo de qualquer século. Parece coisa dos socialistas da Coreia do Norte.

O que Lula acha de verdade do Bolsa Família

Reinaldo Azevedo Análises políticas em um dos blogs mais acessados do Brasil Assine o Feed RSS  | Saiba o que é   30/10/2013 às 19:54 Lula, o Bolsa Família, os detalhes de uma farsa e uma falha escandalosa da imprensa Já expus a questão aqui algumas vezes. Mas que se volte ao ponto, ué, se isso se mostra necessário. O governo Dilma promoveu nesta quarta uma cerimônia de comemoração dos 10 anos do “Bolsa Família”. Em si, já se trata de uma fraude. As práticas reunidas sob a rubrica “Bolsa Família” estavam em curso no governo FHC. O que o petismo fez foi reuni-las, o que, no caso, foi uma boa medida. Mas não criou nada.  O convidado de honra do evento foi Lula. Falou, como de hábito, pelos cotovelos. Disse que são preconceituosos os que afirmam que os pobres recorrem ao Bolsa Família porque não querem trabalhar. Mas esperem aí: quem acha? Quase ninguém, que se saiba! Afirmou o ex-p

Por que o retorno ao mundo natural tem tanto apelo – mas não leva a lugar nenhum, por Eurípedes Alcântara

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Ensaio desta semana Em Veja.com Por que será que agora, no auge da civilização tecnológica, se valoriza tanto a ideia de abandonar tudo e voltar ao mundo natural? Antes de tentarmos o mergulho no atraso, é bom lembrar que não tem volta Eurípedes Alcântara BOM PRA QUEM, CARA PÁLIDA? Na raiz de todo ativismo violento está a noção utópica e errônea de que Thomas Hobbes pensou errado e, portanto, a vida selvagem é idílica, prazerosa e fraternal   (Deagostini/Getty Images) "Sou homem. Nada do que é humano me é estranho", já dizia o romano Terêncio, dramaturgo de apenas relativo sucesso do segundo século antes de Cristo. Mas temos de concordar com ele. Eta espécie complicada esta nossa. Depois de ralar durante milênios para construir uma civilização tecnológica com aviões, carros, internet, vacinas, antibióticos e anestesia, o bacana agora é lutar pela volta ao mundo natural. Depois de experimentar toda a sordidez da servidão humana aos mais sanguinários tiranos e de

Quem paga o pato?

Jornal O Estado do Maranhão           Está em discussão no Congresso Nacional o chamado Marco Civil da Internet. Uma das ideias que ameaçam prosperar está consubstanciada em proposta do governo de obrigar as empresas de Internet a estabelecer no Brasil, seja de onde forem, seus data centers, centros de dados. A ser assim – espero não prevalecer a intenção –, Facebook, Google, Apple e outras grandes provedoras de serviços na grande rede teriam a obrigação de arquivar em nosso território os dados de suas operações brasileiras a custos muito altos se comparados com aqueles dos lugares onde elas hospedam presentemente as informações necessárias ao atendimento dos seus usuários. Não há dificuldades, do ponto de vista técnico, em assim proceder. Mas, de outra perspectiva, a econômica, é uma irracionalidade.           Os custos da mão de obra no Brasil são altos, não pelo valor do salário recebido pelo trabalhador, mas pela elevada carga de tributos incidente sobre a folha de pagamento d

‘Os ex-censurados que agora querem censurar’, de José Nêumanne

Coluna do Augusto Nunes - Veja 23/10/2013 às 16:16 \ Feira Livre Publicado no Estadão desta quarta-feira JOSÉ NÊUMANNE “As aparências enganam aos que odeiam e aos que amam.” O verso de Sérgio Natureza, musicado por Tunai, fez sucesso na voz de Elis Regina, reconhecida como a maior cantora brasileira de todos os tempos, mas, ainda assim, controvertida. Agora a frase virou uma profecia confirmada. A personalidade da estrela era tão forte e polêmica que quando se casou com Ronaldo Bôscoli o irreverente Carlos Imperial ironizou: “Bem feito pros dois”. Desse casamento nasceu João Marcello, que adotou uma posição definida e lúcida contra a censura prévia que ídolos da Música Popular Brasileira (MPB) querem impor ao submeterem as próprias biografias ao crivo deles. Como os irmãos Maria Rita e Pedro, João Marcello jamais criou obstáculos à publicação de biografias da mãe por saber que fazê-lo seria trair sua melhor herança: o amor à liberdade. Já Chico Buarque de H