Postagens

Mostrando postagens de março, 2012

Relatos do absurdo

                                                                       Jornal O Estado do Maranhão                      Se prestarmos atenção cuidadosa aos fatos, veremos como vivemos num mundo de acontecimentos absurdos e inusitados.           Os casais chineses têm permissão do governo de ter apenas um filho. Se não bastasse o absurdo da medida, pois as pessoas deveriam filhos de acordo com a própria decisão, há mais um controle, o da população de cachorros. Em cada residência pode haver no máximo um e os de raças de grande porte são eliminados. Os apreciadores da degustação de carne desses animais, hábito muito difundido naquele país, aprovaram a medida.           Um livro do século XVII foi a leilão na Inglaterra. E daí, perguntarão os curiosos. E eu respondo: a capa dele é feita com a pele de um padre jesuíta condenado por conspirar para assassinar Jaime I, em 1605. Para completar a história macabra, a obra trata exatamente da execução do padre que, mais tarde se soube, não par

Dicionários e bebês

Jornal O Estado do Maranhão                    O tal do “politicamente correto” está em todo lugar, sempre pronto a melhorar a sociedade. Vejam o exemplo edificante. Um procurador federal em Minas Gerais achou de pedir à justiça o recolhimento do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa porque a obra registra entre 7 acepções do termo cigano duas de sentido pejorativo: “[...] 5 pej . que ou aquele que trapaceia; velhaco, burlador 6 pej. que ou aquele que faz barganha, que é apegado ao dinheiro, agiota, sovina [...].”           Todo mundo sabe, ou devia saber – este não é o caso do procurador –, que um dicionário registra as palavras conforme elas são utilizadas pelos falantes de um idioma, seus verdadeiros construtores. Os dicionários seguem sempre um passo atrás das mudanças na língua e não poderia ser de outra forma. No momento de sua publicação, eles já estão defasados. Eles não inventam palavras e expressões nem lhes dão sentidos que não os do uso costumeiro, inclusive o

Infanticidas sofisticados

ELES CHEGARAM LÁ: DUPLA DE ESPECIALISTAS DEFENDE O DIREITO DE ASSASSINAR TAMBÉM OS RECÉM-NASCIDOS