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Mostrando postagens de junho, 2002

Finalmente!

Jornal O Estado do Maranhão Finalmente, chegamos à decisão da Copa do Mundo de 2002. Não posso, claro, falar sobre o resultado do jogo de hoje entre Brasil e Alemanha, por ser impossível saber seu resultado no instante em que escrevo. Posso, todavia, falar um pouco sobre os times brasileiro e alemão, que têm sido, consistentemente, as maiores forças do futebol mundial, ao longo do tempo. Os dois, juntos, somam quatorze finais em dezessete Copas. Reafirmo o que disse aqui, do dia 2 de junho, no início da Copa, sobre não haver, nunca, muitas surpresas nessa disputa. Permitam-me uma autocitação. “Em Copa do Mundo não existe zebra. Ela só deu as caras quatro vezes. Duas com o Uruguai, uma com a Inglaterra e uma com a França [...]”. Eu falava sobre o Brasil, Alemanha, Itália e Argentina. Chamava a atenção para a presença constante de uma dessas equipes nas partidas finais das Copas, desde a primeira. Na de 2002, a tradição prevaleceu. Notem. O jogo final não tem, meramente, um time desse G-

Futebol, de novo

Jornal O Estado do Maranhão Desculpem-me os leitores que não gostam de futebol, pela minha insistência em falar do assunto. É que só temos Copa do Mundo de quatro em quatro anos. Poucos escapam do envolvimento emocional provocado pela competição, pelo mundo afora. Afinal, trata-se do esporte mais popular do planeta. Vejam as palavras do jornalista inglês Alex Bellos, no livro Futebol ­– The Brazilian Way of Life , ( Futebol – O modo de vida brasileiro ), ainda sem tradução no Brasil: “O futebol estrutura o modo de ser do brasileiro e o modo de ser do brasileiro pode ser entendido bastante bem a partir do futebol”. É impossível fugir dele no Brasil. Pode-se ter uma idéia das emoções despertadas por esse esporte, ao ver-se a reação do presidente do time italiano Perugia, ao gol do jogador coreano Ahn Jung-hwan, dessa mesma equipe. Para infelicidade dos italianos, esse gol eliminou justamente a Itália, no jogo contra a Coréia de Ahn. O presidente disse: “Basta, esse não voltará a colocar

O fascínio do futebol

Jornal O Estado do Maranhão Recebo por e-mail, de um poeta e prosador piauiense, de origens maranhenses, sugestões para um artigo sobre “o misterioso fascínio que esse esporte [o futebol] exerce no mundo quase todo”. Radicado há muito em Pernambuco, Luiz Alfredo Raposo é, também, brilhante economista do BNDES em Recife, com doutorado pela Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro. Machado de Assis disse de Gentil Braga que “[...] não morreu este poeta, e escapou ao orçamento e ao esquecimento”, ao comentar, em 1870, o livro Entre o céu e a Terra , do poeta maranhense. Lamentou, então, o abandono, por Gentil, da poesia, a fim de entrar na vida pública. O mesmo se poderá dizer de Luiz, quando, finalmente, ele decidir publicar sua poesia – em breve, tenho certeza –, seguindo o exemplo de seu irmão mais novo, Alvacir Raposo Filho, médico recentemente admitido como membro da Academia Pernambucana de Letras. Luiz chama minha atenção para coisas óbvias. Óbvias, bem entendido, depois de serem

Meio ambiente na ilhinha

Jornal O Estado do Maranhão Uma velha amizade e uma mais velha ainda admiração pelo comovente esforço de auto-organização de comunidades pobres em São Luís levaram-me a falar sobre preservação ambiental, quarta-feira passada, à noite, dia mundial do meio-ambiente, em uma pequena igreja na Ilhinha. Embora essa não seja mais minha área de atuação profissional, um amigo meu, o jornalista Aldir Dantas, homem profundamente religioso, atuante na Igreja Católica, na Pastoral Familiar, achou que minha experiência como Secretário de Meio Ambiente do governo Roseana Sarney, poderia ser de alguma utilidade em uma conversa informal com membros da comunidade Santo Antônio, naquele bairro. O convite veio dessa avaliação feita por ele e um pouco, também, de sua perene esperança de minha conversão e da pronta redenção de meus pecados, que eles diz não serem muitos nem mortais. Será verdade? Mas, quem sabe, algum crédito ganharei por conta dessas poucas horas de aprendizado. Poderei usá-lo para alcança

Começou de novo

Jornal O Estado do Maranhão De repente, me dou conta de que a Copa do Mundo, a décima sétima, iniciada há dois dias, é a décima terceira que acompanho, desde a da Suíça em 1954, minha primeira, quando o Brasil, vindo de uma inesperada derrota em 1950 para o Uruguai, no Maracanã, haveria de ser derrotado novamente, desta vez pela Hungria, bicho papão daquela época. Os húngaros, por seu turno, como o Brasil quatro anos antes, mas sem a vantagem de jogar em casa, perderam o título para a Alemanha, mesmo sendo os mais cotados para vencer. Em 1954, eu tinha seis anos de idade. Ainda se ouvia nos mais velhos o eco da derrota na Copa anterior. Quem foi culpado, quem não foi, faltou fibra, não faltou. Às vezes penso que, sem essa derrota, com seus ensinamentos, o Brasil não teria tido uma trajetória vitoriosa nesses torneios. Se considerarmos aqueles realizados de 1938 em diante, quando o Brasil ficou pela primeira vez entre as quatro equipes mais bem colocadas, e deixarmos de fora os dois pri