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Mostrando postagens de setembro, 2009

Intervenção necessária

Jornal O Estado do Maranhão O assunto da hora é a crise financeira dos Estados Unidos. Já posso ouvir, vinda dos auditórios universitários, onde são debatidas as mortes do neoliberalismo e do capitalismo, e discutido o surgimento de nova era de felicidade humana, assentada sobre os escombros do passado maldito, a sentença definitiva: “É a hora final”. No entanto, é preciso desconhecer Adam Smith na sua obra pouco lida A teoria dos sentimentos morais, para achar que o capitalismo é feito de ausência de normas de funcionamento e de desrespeito a princípios éticos. Todas as vezes em que essas distorções prevaleceram, prevaleceram também crises sistêmicas. E é isso o visto neste momento. Ausência de princípios morais, tais como encarnados no famoso “espectador imparcial”, proposto por Smith na sua Teoria – o tipo ideal cujo julgamento hipotético desinteressado devemos usar como referência na distinção entre o certo do errado em uma dada situação –, permite que a natural tendência de os s

Rosa Paxeco na AML

Jornal O Estado do Maranhão , 20/9/2009 A semana finda foi de Fran Paxeco, por assim dizer, para a Academia Maranhense de Letras. Encontrava-se entre nós (em verdade ainda se encontra, pois ela viaja somente hoje com destino a Belém) uma neta desse português-maranhense, fundador da AML com dez outros intelectuais maranhenses e um piauiense, Clodoaldo Freitas. Falo da doutora Maria Rosa Pacheco Machado. Ela é filha de José Pedro Machado, filólogo, historiador e arabista português, autor de vários dicionários e vasta obra em diversos campos do conhecimento, e de Elza Paxeco Machado, primeira mulher a obter o grau de doutora na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. A mãe de Elza era Izabel Paxeco, a esposa de Fran. As duas eram maranhenses. Nasceu, portanto, aqui, a primeira doutora em letras daquela tradicional e bem conceituada universidade portuguesa. Fran veio morar em São Luís em 1900 a serviço do governo português, na condição de cônsul. Tornou-se maranhen

CPMF, de Novo?

Jornal O Estado do Maranhão O governo planeja desferir, com a ressurreição da falecida CPMF, a ser apelidada de Contribuição Social Para a Saúde (CSS), seu recorrente ataque tributário ao bolso de quem já carrega uma das maiores ou talvez a maior carga tributária do mundo, o contribuinte brasileiro. Mortinha da silva, ela foi mandada aos "lugares pálidos, duros, nus", de que fala Adriano, no livro de Marguerite Yourcenar. O voraz sistema tributário brasileiro já nos assalta em quatro meses dos doze de trabalho anual. Ainda acha isso pouco o governo e ainda trama, montado na costa do contribuinte, aumentar o butim. E para que precisa de tanto dinheiro? Para implantar uma administração pública eficiente que devolva ao cidadão sob a forma de bons serviços tudo dele extraído sob a forma de tributos; expandir e melhorar a sucateada malha rodoviária nacional; implantar uma rede de ferrovias decente, capaz de permitir o barateamento do transporte de cargas no Brasil