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Pantojão

Jornal O Estado do Maranhão, 16/5/2010 Quando morre um amigo de décadas – amigo de 43 anos no caso de Afonso Celso Santos Pantoja –, é inevitável lembrar-me daquelas palavras de Machado de Assis, ditas há 122 anos, por ocasião da morte de seu amigo maranhense Joaquim Serra: “Quando há dias fui enterrar o meu querido Serra, vi que naquele féretro ia também uma parte da minha juventude.”. Envelhecer é em grande parte isso, ver que pouco a pouco parentes e amigos, gente que conosco conviveu por longo tempo, vão desparecendo, levando (para onde, afinal?) um pedaço do patrimônio em comum conosco, sua cota, por assim dizer, sem o ausente nomear um substituto, de um condomínio compartilhado de ideias, alegrias, tristezas, decepções, amores, ódios e todos os mais sentimentos que são parte da aventura de viver, e, ao mesmo tempo, e a despeito desse compartilhamento, formam experiência singular a cada ser humano, impossível de ser comunicada ao próximo em sua plenitude ou, ainda, de ser sentid