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Júpiter e marte

Jornal O Estado do Maranhão Naqueles dias, fixados mais tarde em nossas memórias como mágicos e inesquecíveis, corríamos à noite para o terraço de nossa casa, para ver uma estrela que cruzava regularmente o céu, sobre nossas cabeças, de um extremo do horizonte a outro. A família toda ia lá uma hora ou outra. Mas somente eu, nos meus nove anos de idade, ficava, depois do jantar, até tarde, esperando pela volta do astro a cada hora e meia, fascinado com aquela visão da incansável andarilha. Ela continuaria seu passeio celeste por seis meses ainda. Era o Sputnik, uma esfera metálica de 84 quilos, o primeiro artefato humano lançado ao espaço, em órbita da Terra. Ninguém poderia chamá-lo por outro nome, diferente desse de estrela. Pelo menos quem o visse correndo brilhante pelos céus como um ser mitológico em sua carruagem de fogo, nas límpidas noites sem nuvens, pontilhadas das outras estrelas. Mas, foi apelidado de satélite artificial, quem sabe por distraída analogia com a Lua. Tornou-se