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Mostrando postagens de maio, 2001

A culpa é dele

Jornal O Estado do Maranhão Encontro na imprensa o informe publicitário “Hemetério José dos Santos, o demolidor de preconceitos”, do professor Antonio Martins de Araújo. Ele, uma das mais respeitadas autoridades brasileiras em filologia, mostra, parece-me, louvável intenção de divulgar o nome do nosso conterrâneo de Codó, Hemetério dos Santos, dando notícia de seus méritos. Não ousarei, nem ousaria, avaliar o conteúdo do informe. Limito-me a acrescentar informações sobre um episódio que envolveu o codoense e o nome de Machado de Assis. Em 29 de novembro de 1908, dois meses, somente, após a morte de Machado em 29 de setembro, Hemetério publicou na Gazeta de Notícias , do Rio de Janeiro, uma carta na qual atacava o autor de Dom Casmurro . Dizia que o “[...] segredo da arte de Machado de Assis é primário e rudimentar [...]” e que “[...] o seu vocabulário tem o resumido número deste escritor que começa, e a sua sintaxe geralmente se insubordina às leis surpreendidas.” Hemetério não hesitou

Didi

Jornal O Estado do Maranhão Sou de uma geração que testemunhou o crescimento e consolidação do prestígio do futebol brasileiro. Quando o Brasil ganhou a primeira Copa do Mundo, na Suécia, em 1958, eu tinha 10 anos de idade. A Itália e o Uruguai já haviam vencido, então, duas vezes cada. A Alemanha, uma. A participação brasileira nas competições anteriores, no entanto, tinha sido boa. Ficamos em terceiro lugar em 1938, quando o artilheiro foi um brasileiro, Leônidas da Silva, e em segundo lugar na Copa seguinte, em 1950, quando também tivemos o artilheiro, Ademir. Neste último ano, possuíamos um time excepcional, mas perdemos para o Uruguai, no Maracanã. O fracasso gerou um derrotismo no torcedor brasileiro que somente começou a ser superado com a vitória de 1958. Depois, consolidamos nossa posição com as vitórias em 1962, 1970 e 1994, o segundo lugar em 1998, o terceiro em 1978 e o quarto em 1974. Em dezesseis campeonatos, o Brasil esteve entre os quatro primeiros colocados nove vezes.

Garimpo violento

Jornal O Estado do Maranhão Maripasoula, na Guiana Francesa, fronteira com o Suriname, é uma região de garimpo. Muitos brasileiros têm ido para lá em perseguição do sonho de enriquecer com o ouro. Mas eles é que têm sido perseguidos cruelmente por chefes de garimpo. É o que se pode concluir de reportagens publicadas na imprensa local e no Le Monde , influente jornal francês. Andréa Viana, de O Imparcial , recebeu, em maio deste ano, de dois jornalistas independentes franceses, Fréderic Farine e Laurent Marot, que preparavam uma reportagem sobre o assunto para uma rádio francesa, uma fita com o relato de um garimpeiro maranhense, de Santa Luzia do Tide, Isaías Sousa, sobre torturas contra ele e outros garimpeiros, e até assassinatos de alguns destes. O deputado Gastão Vieira, no mês seguinte, junho, levou essas informações à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e fez um pronunciamento no Congresso Nacional informando os congressistas sobre a gravidade da situação. Em seg

Elba abduzida

Jornal O Estado do Maranhão Abduzida, abdução? Sim, abdução. Parece estranha, a palavra, incomum. No entanto, ela existe. É de origem latina, abductione , segundo os dicionários. Seus sentidos são vários. Um deles, usado no curioso jargão jurídico, é de “rapto com violência, fraude ou sedução”. E daí? Daí que Elba Ramalho foi abduzida, provavelmente pelo uso de sedução. Por quem? Por ETs, ela afirma à revista Veja . O caso é que, na 11 a. Conferência Internacional de Ufologia, em Curitiba, ela disse que esses seres implantaram nela um chip que só pôde ser retirado com a ajuda de outros seres, celestiais, “ultra, supra, luminosos”. O local do implante, no corpo da cantora, não foi especificado. No cérebro? Elba teve mais sorte do que as outras quase cinco mil vítimas que tiveram de recorrer a duas videntes do interior de São Paulo para extração de chips. O dela saiu durante o sono, sem necessidade de cirurgias mediúnicas. O que desejam, afinal, os ETs? Os do bem querem, naturalmente,

Raça Brasil

Jornal O Estado do Maranhão Há 25 mil anos um grupo humano emigrou da África para a Europa. A origem de toda a população européia de nossos dias está nesse episódio. A conclusão é de um estudo feito no Instituto Whitehead, nos Estados Unidos, apresentado na Escócia, durante reunião da Organização do Genoma Humano. Os cientistas compararam os padrões genéticos de pessoas da Nigéria, Suécia e Europa Central. Eles encontraram apenas pequenas diferenças e concluíram que as populações desses países e regiões têm uma origem comum em um conjunto de não mais do que uma centena de indivíduos. Estudos desse tipo vêm contribuindo para o banimento definitivo das ideologias disfarçadas de ciência que proclamavam, e, por vezes, ainda proclamam, a superioridade de algumas raças, particularmente da branca, sobre as outras. Saber que os brancos europeus descendem dos negros africanos é um reforço importante para o combate ao racismo, no mesmo momento em que um membro da organização racista americana Ku