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Mostrando postagens de outubro, 2007

A Feira

Jornal O Estado do Maranhão A Feira. É dessa forma que deveríamos nos referir à Feira de Livros de São Luís, encerrada ontem na Praça Maria Aragão e cujo patrono foi Josué Montello, porque ela o foi de verdade, e das melhores. Foi uma promoção da Prefeitura Municipal de São Luís , contando com vários parceiros locais e nacionais e com o apoio institucional da Academia Maranhense de Letras e de entidades ligadas à produção de livros no Brasil. Como disse Jomar Moraes, em sua crônica da última quarta-feira aqui n’ O Estado do Maranhão , ela não foi a primeira em ordem cronológica, porque outras já houve.Não há de se duvidar, todavia, de sua primazia, quando se consideram a qualidade e a dimensão de que se revestiu e o ambiente de entusiasmo que gerou, refletido nos comentários dos seus freqüentadores. Foram observações feitas por escritores famosos nacionalmente, como Moacyr Scliar, que me revelou sua agradável surpresa com a dimensão nacional e boa organização do encontro, por intelec

Em Revista

Jornal O Estado do Maranhão Acaba de vir a público compilação de artigos publicados entre 1916 e 1920 na Revista Maranhense: Artes, Ciências e Letras. A publicação de agora, da Editora Uema , da Universidade Estadual do Maranhão, tem como organizadores os professores Antonio José Silva Oliveira, Ilma Vieira dos Nascimento, José Augusto Silva Oliveira e Maria Eliana Alves Lima e, na orelha, conta com esclarecedor texto do nosso confrade da Academia Maranhense de Letras, Marialva Mont’Alverne Frota, autor, entre outras obras, de Sousândrade: o último périplo. Os textos de 1887, primeira fase da Revista, que teve três números, não foram localizados ainda, apesar dos esforços dos pesquisadores. Os divulgados agora são da segunda fase. Em 1916, vivíamos no Brasil experiência política de criação recente, pois tinha então apenas 27 anos a República brasileira. Esta nasceu sob influência do Positivismo , doutrina de cunho sociológico, com sua visão de estágios evolutivos da humanidade (teoló

Vou estar...

Jornal O Estado do Maranhão Andou bem o governador do Distrito Federal ao decretar a demissão do gerundismo. Aliás, ele deveria estar fazendo isso, ou melhor, ele deveria estar tentando adotar a medida há muito tempo para evitar estarem falando mal do governo, os críticos de sempre. Se pareço estar usando o gerundismo, é porque de fato estou. A doença é altamente contagiosa e verbalmente transmissível. Por isso, precisamos estar sempre de olho na sua insidiosa mania de se infiltrar no discurso alheio. Daqui até o fim prometo me policiar, com o fim de evitar o contágio. O decreto se refere, em verdade, não ao gerundismo, mas ao gerúndio. Levado ao pé da letra, estaria demitida com a canetada uma das formas nominais do verbo na língua portuguesa, tarefa impossível. A intenção do ato foi banir o uso abusivo e errado do gerúndio e evitar que o gerundismo em suas formas mais abusivas sirva como desculpa para a incompetência e burocratismo. Mas, não pretendia apenas isso, pois não se pod

Um irmão

Jornal O Estado do Maranhão O prédio fica na rua do Sol na esquina com a de Santaninha, onde hoje funciona um estaciona-mento para automóveis. Lá, sede do Banco de Desenvolvimento do Maranhão, nós, técnicos e funcionários, recebemos em 1970 ou 1969, não estou bem certo, a notícia da contratação de Bandeira Tribuzi para o órgão, não propriamente um banco, apesar do nome, mas uma agência de desenvolvimento semelhante a muitas criadas nos Estados a partir do final dos anos 60, que marcaram o início da euforia de acelerado crescimento econômico da presidência militar do general Medici. Éramos muito jovens e víamos os governos como capazes de, por simples “vontade política”, num voluntarismo que a nós parece tolo hoje, transformar sem demora e mesmo revolucionar arranjos sócio-econômicos injustos de nossa sociedade e superar assim interesses políticos poderosos estabele-cidos há séculos no Estado. Em suma, achávamos fácil quebrar velhas estruturas e criar um novo mundo. A essência desse