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Mostrando postagens de janeiro, 2009

Conversionário

Jornal O Estado do Maranhão Eu sempre avaliei o Big Brother Brasil como fonte inesgotável de sabedoria. Era só ver um episódio no início da temporada do programa para certificar-me do acerto da avaliação. A diversidade de perfil dos participantes sempre foi garantia de diversidade de visões sobre os grandes problemas que afligem a humanidade, cada entendimento individual oferecendo um modo diferente de encarar a vida, de expor o que ia, ou vinha, na mente (e quantas vezes nos corpos!) deles, de mostrar a própria alma e, reconheçamos, partes íntimas da anatomia humana. Em outro plano, dúvidas sobre pesquisa científica pura e aplicada, a língua portuguesa, linguística, literatura, pintura, escultura, história, filosofia, sociologia, psicologia, antropologia, economia, administração, direito, biologia, física, química, matemática, engenharia, astronomia, cosmologia e todos os demais ramos do conhecimento humano, dúvidas, eu dizia, do telespectador jamais ficam sem resposta bem elaborada

Uma vida

Jornal O Estado do Maranhão Acabo de ler De fantasmas e loucura , do escritor maranhense radicado em Brasília, Pedro Braga dos Santos. O autor tem uma bibliografia diversificada que começa na sociologia, com Alcântara: a sociologia da festa do Divino (1980), A Ilha afortunada (1987) e O touro encantado da Ilha dos Lençóis:o sebastianismo no Maranhão (2001), passa pela história, com uma Pequena história da energia no Maranhão (1992) e transita por estudos no campo da ética, com Ética, direito e administração pública (2006), do direito, Manual de direito para engenheiros e arquitetos (2007) e Crime e sociedade (2008) e, finalmente, da literatura infantil, a exemplo de O lobo-guará e o bicho-folha (2002) e A ararinha-azul e outras histórias (2008). Agora Pedro nos oferece uma obra corajosa e franca, por seu autodesnudamento existencial, incomum nos escritores comuns, mas não naqueles, como ele, que têm algo relevante a dizer. O livro, de caráter memorialístico, narra a trajetór

O Acordo Ortográfico II

Jornal O Estado do Maranhão Como dito na Nota Explicativa do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, ao se analisar o conteúdo dos acordos anteriores, de 1945 e 1986, vê-se que seu objetivo era a imposição de uma unificação ortográfica absoluta ou quase. O de 1986 deveria obter tal resultado em 99,5% do vocabulário geral da língua. Sua principal proposta era de simplificação radical no sistema de acentuação gráfica, com a eliminação dos acentos nas palavras proparoxítonas e paroxítonas. Foi rejeitada pela opinião pública portuguesa. O de 1945 pretendia chegar a 100%. Os brasileiros recusaram-no porque, ao propor a manutenção das consoantes mudas ou não articuladas, ele promoveria a restauração dessas letras no Brasil, onde havia muito tinham sido eliminadas. Tentava também resolver a divergência de acentuação das vogais tônicas e e o, seguidas das consoantes nasais m e n, das palavras proparoxítonas, pela adoção da norma portuguesa. Exemplo: Antônio, no Brasil, e António, em Portug

O Acordo Ortográfico I

Jornal O Estado do Maranhão Ano Novo, ortografia nova, que passo a usar hoje. Vigora desde o dia 1º deste mês o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa assinado em 1990 entre os países que têm o português como língua oficial: Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, e Timor Leste. Cada um adotará ritmo próprio na sua implantação. Aqui, em obediência ao decreto assinado pelo presidente Lula em sessão da Academia Brasileira de Letras , a 29 de setembro de 2008, o período de transição irá de 1º de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2012, e, em Portugal, até 2014. Os signatários deverão elaborar um vocabulário ortográfico comum. Grandes órgãos da imprensa brasileira – pelo menos a Folha de S. Paulo , desde o dia 1º de janeiro – começam a adotar a nova ortografia. Paradoxalmente, o Executivo Federal e o Congresso Nacional, poderes que a aprovaram, não mexeram uma palha para adotá-la. Felizmente o Supremo Tribunal Federal já o faz. A ideia