29 de outubro de 2006

Quem explica?

Jornal O Estado do Maranhão


Não é de hoje meu espanto com a fixação de certas figuras da política maranhense em José Sarney. Nada acontece no Maranhão, nenhum fenômeno ocorre, natural ou social, sem que Sarney seja invocado. Houve chuva demais ou não houve nenhuma, ventou muito ou a brisa parou de soprar? Vai ver foi Sarney. O sol queimou alguma pele sensível, a lua não apareceu, a safra quebrou, o preço subiu, a feijoada salgou? Foi Sarney. O pãozinho subiu, o café tá amargo, a manteiga rançosa? Sarney, Sarney e Sarney. Quanta homenagem!
Tive a oportunidade de dizer antes e repito. Idéia fixa como essa é uma forma de admiração – sabe-se lá por meio de quais misteriosos mecanismos da complexa psicologia humana ela surge –, de mesura disfarçada, de reverência enrustida, pois a criação de demônios equivale à criação de deuses. A campanha para a eleição de hoje está cheia de exemplos. Cito apenas um. Lula veio ao Maranhão, a fim de participar de um comício de apoio à senadora Roseana e pediu a seu eleitorado que votasse nela? Então ele, ingênuo como é, não se deu conta de seus próprios interesses políticos e se deixou convencer por Sarney. O presidente  não queria vir, mas acabou cedendo. Haverá homenagem maior ao poder de convencimento, por eles desqualificado, no entanto uma das razões do prestígio nacional de Sarney, e ao ato de parlamentar com arte, essência da política e qualidade que faz a diferença entre o político merecedor desse nome e o de arremedo?
É de se indagar a origem política desse pessoal, informação que pode fornecer com certeza pistas sobre esse comportamento curioso. Não o farei, contudo, porque meu confrade da Academia Maranhense de Letras, José Chagas, antecipou com o brilhantismo de sempre a resposta em crônica do dia 21 passado, com o título de “As dores libertas dos libertadores”, quando lembrou o nascimento no berço e nas fraldas sarneysistas dos atuais “libertadores” do Maranhão. Podemos nos interrogar, porém, acerca das motivações deles. Quais seriam elas, tão terríveis assim, a ponto de levá-los a se voltarem com tanta violência e desejo de vingança contra seu líder de ontem, contra aquele que mesmo proclamado como a encarnação de todos os males do Estado lhes serve de referência permanente e de apoio cuja falta eles não poderiam suportar?
Vamos supor, apenas supor, por um brevíssimo momento, que os move o desejo de, num passe de mágica, transformar o Maranhão no mais rico Estado brasileiro, no Eldorado nacional. Como essa vontade faria de Sarney o inventor da nossa economia e sociedade, como eles não se cansam de afirmar? Ao raciocinar como se ele tivesse sido responsável pela obra do marquês de Pombal, que com o estabelecimento da Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão criou uma economia primária de exportação, com base na mão de obra escrava, concentradora da propriedade e da renda no Maranhão, voltada para os mercados externos consumidores de produtos tropicais– era o possível de ser feito em face da fraqueza econômica de Portugal –, como mostrei no meu livro Dois estudos econômicos, e outros mostraram também, inclusive Bandeira Tribuzi, ao raciocinar dessa maneira, eu dizia, mais uma vez reverenciam Sarney, porquanto não foi pequeno o feito do poderoso ministro de d. José que assegurou definitivamente com sua política mercantilista o controle português do território maranhense e sua incorporação à economia já globalizada naquela época, segunda metade do século XVIII. Que fazer, se os “libertadores” nunca estudaram o Estado que dizem querer libertar e não conhecem a história econômica maranhense nem a deles nem história nenhuma?
Que imagem têm do povo maranhense? Pensam nele como um bando de carneirinhos cegamente obedientes às ordens de Sarney? Qual o motivo de só ele ser ouvido e não eles, há tanto tempo? As regras do jogo político-eleitoral não são as mesmas para todos, não estamos numa democracia? Haverá uma conspiração nacional nos tribunais brasileiros, no TSE, no STF e no STJ, onde ele colocou um dos “libertadores” de hoje, com o fim de manter a liderança de Sarney no Maranhão, contra a vontade da maioria? É sempre fácil e confortável achar explicações sobre a rejeição popular em supostos defeitos dos adversários, como eles fazem, sem perceber que ao assim agir reconhecem a liderança de Sarney. Pensando bem, seria isso homenagem mesmo ou vassalagem com vergonha?
A verdade é que os move um sentimento bastante humano, é certo, mas nem por isso aceitável, como não são aceitáveis outros defeitos morais, a exemplo da tendência à apropriação da coisa alheia, o roubo, a trapaça. Move-os o incômodo com o triunfo dos outros, o ódio e o ressentimento. Se Sarney faz sucesso, como sempre fez, transforma-se no símbolo do mal. Freud explicaria esse endeusamento disfarçado? Sei lá. Se não ele, quem?

22 de outubro de 2006

Manipulação

Jornal O Estado do Maranhão


No debate da semana passada entre os candidatos a governador do Maranhão, encontrando-se de um lado a senadora Roseana Sarney e do outro o ex-prefeito de São Luís, Jackson Lago, este afirmou que 900.000 maranhenses já deixaram o Estado como resultado de dificuldades econômicas e pôs a “culpa” desse suposto êxodo no grupo Sarney, ao qual atribui com freqüência tudo que acontece no Maranhão desde 1612 ou antes.
Esse antiqüíssimo discurso, tão antigo quanto as idéias dos anos cinqüenta do ex-prefeito, não deixa de ser um tributo inconsciente, pois confere aos adversários terríveis poderes, capazes de fazer José Sarney voltar séculos no tempo a fim de reescrever a história, assumindo culpas antigas de nossa formação social, se se pode colocar culpa em alguém pelo males do Maranhão em quatro séculos de história. Mas, muita gente autodenominada marxista ou socialista, adepta de interpretações grandiosas e grandiloqüentes da história, não resiste ao impulso de procurar culpados individuais, esquecendo suas próprias idéias sobre “grandes forças históricas”. Que fazer?, como perguntaria o companheiro Lenine.
O leitor estranhará por certo o gigantesco número 900.000, quase um milhão. Qual o sentido de falar-se em um movimento migratório do tamanho desse, se não se indica o período de sua ocorrência, se não se especifica a unidade de tempo? A idéia de fluxo, pois é disso que estamos tratando, é a de “quantidade por unidade de tempo”.
Se, por exemplo, esse monte de gente saiu daqui durante, digamos, o ano passado, então poderemos dizer que o fluxo foi de “900.000 pessoas (quantidade) em um ano (unidade de tempo)”. Neste caso, um quinto da população teria emigrado e estaríamos diante de um fenômeno extraordinário, incomum em qualquer lugar ou tempo, comparável talvez ao acontecido no século XIX com o Paraguai. O país teve a população em muito diminuída como conseqüência da Guerra com a Tríplice Aliança composta pelo Brasil, Uruguai e Argentina. Ao que eu saiba, o Maranhão nunca guerreou, vamos dizer, com o Pará, por questões de limite, que as houve durante certo tempo, nem com o Piauí nem com ninguém.
Se não foi assim e a migração ocorreu em período muito mais longo, de, vamos supor, 100 anos, então a conversa é outra e estaríamos falando de um fenômeno de natureza diversa, todavia comum, aceitável, compreensível, porque a saída de tanta gente num tempo tão longo se enquadra em padrões migratórios de longo prazo . Se, no entanto, isso aconteceu nos últimos quatro, oito ou doze anos, deveríamos analisar os números com mais cuidado. Para isso, sua apresentação de maneira honesta é necessária.
O certo é isto. A menção a dados numéricos no debate exemplifica muito bem a manipulação de informações de parte do candidato da antiga oposição, hoje no governo, bem como torna evidente a tentativa de enganar o eleitor, na suposição de ser fácil fazê-lo. Ele, no entanto, está mais atento do que imagina esse agrupamento de oficialistas ruborizados que se recusa a admitir que tem o apoio desse mesmo governo na presente eleição.
Atitudes como essa de agora mostram um padrão de outrora. Quem não se lembra da negativamente famosa inovação representada pelas inaugurações de obras públicas em forma de maquetes, feitas pelo ex-prefeito às vésperas de deixar o cargo, no afã de criar uma imagem de governante empreendedor e de tirar proveito eleitoral de obras de ficção, deixando porém o pepino da cobrança dos eleitores nas mãos e no cofre de seu sucessor? Quem lesse as notícias dos jornais da época acreditaria que obras de pedra e cal e não de gesso e cola seriam inauguradas.
Métodos de administrar desse tipo levaram a escândalos como o do sumiço de caminhões da Coliseu, empresa de coleta de lixo da prefeitura.


15 de outubro de 2006

Tempo de pagar

Jornal O Estado do Maranhão

Começo por onde terminei na semana passada: “Se, como foi anunciado com euforia na imprensa governista, Roseana foi rejeitada por 52,8% do eleitorado, então, pelo mesmo raciocínio, Jackson o foi por 65,6%, Vidigal por 85,8% e os outros, juntos, por quase 100%”.
Costumam dizer os americanos, com aquele espírito materialista, prático e realista característico deles, dando-nos a impressão de frieza e indiferença, no entanto apenas superficiais, como sabe quem teve a oportunidade de com eles conviver, que não existe almoço de graça. Tudo tem custos e preço, embora, em algumas circunstâncias eles não sejam aparentes nem pagos por quem deveria. Significa dizer que alguém mais se encarregou de fazê-lo, quem sabe um sujeito oculto, um malfeitor, um vigarista qualquer, um malandro ou um benfeitor, um filantropo, um anjo, um santo.
O leitor desejará saber a relação dessas idéias com rejeição eleitoral. Em verdade tem muito. Rejeições de 65,6% e de 85,8%, têm de possuir uma explicação, não surgiram do nada. É o preço, alto neste caso, resultante da soma de custos de administrações municipais ruins em São Luís, especialmente a última das três de Jacson Lago, entre janeiro de 2001e abril de 2002. Em outras palavras, o almoço de graça não é de graça, vai ser pago no segundo turno da eleição com a moeda da rejeição ao governo (o cálculo não é meu, mas da antiga oposição), embora aos que irão pagá-lo agora a refeição parecesse grátis durante certo período. Achavam que não seriam obrigados a liquidar a conta.
Uma das fontes dessa cobrança está na criação de uma oligarquia municipal no Palácio La Ravardière há mais de vinte anos. Quem não se lembra de São Luís, Patrimônio Cultural da Humanidade, Jamaica Brasileira, Atenas Brasileira, Cidade dos Azulejos, transformada , infelizmente, em um lixão só de uma ponta à outra da ilha? Em 2002, o sucessor do então prefeito Jackson Lago na prefeitura, do mesmo partido dele, decretou calamidade pública como decorrência de sua avaliação sobre a situação da saúde pública, de fato ameaçada pela montanha de lixo não recolhido.
O sistema de coleta havia entrado em colapso em 2001 e a população exigia solução imediata para o problema. A estatal encarregada da coleta, a Companhia de Limpeza e Serviços Urbanos – Coliseu, não coletava quase nada, fazia o mínimo. Ela fora levada a uma situação falimentar pela mesma má administração que criou as condições para o sumiço de vários caminhões da empresa. A falência desta aconteceu sem surpresa de ninguém.
O lixo, não sendo recolhido ou o sendo em volume muito abaixo do criado pela sua produção numa cidade grande como a nossa e sendo levado – por certo nos caminhões que restaram depois do desaparecimento misterioso investigado pela polícia –, em quantidade muito pequena até o aterro sanitário municipal da Ribeira, lugar onde deveria receber destinação adequada, o lixo, dizíamos, encontrava então mais um problema: a ausência de tratamento, de tal forma que ele era jogado ali sem cuidado algum. Como conseqüência, no período de chuvas em São Luís, aquela área se transformava num grande lamaçal, com os impactos desastrosos, conhecidos de todos, sobre o ambiente em seu entorno e, portanto, sobre as pessoas. O número de urubus atraídos para o local foi sempre muito superior ao de outros aterros sanitários no Brasil e no exterior e cresceu tanto que o vôo deles se transformou em ameaça a outros vôos, os dos aviões, pois o aterro está próximo do aeroporto.
Por fim, caro leitor, o elevado preço da negligência administrativa de Jackson Lago será desembolsado em breve pela antiga oposição com pesados juros. As urnas receberão o débito e darão o recibo, para não restar dúvida. O almoço não será de graça de modo nenhum. Se pensavam que outros pagariam por eles, enganaram-se.
 

8 de outubro de 2006

Números falam

Jornal O Estado do Maranhão


Na eleição de domingo passado para chefe do Poder Executivo do Maranhão havia uma cooperativa de três candidatos patrocinados pelo governo estadual e mais outro grupo de quatro, de partidos conhecidos como nanicos, sendo dois destes de cunho ideológico. Esse agrupamento tão heterogêneo – e aqui está a característica lamentável da campanha –, dedicou-se a atacar a candidata Roseana Sarney. Pouca ou nenhuma análise, idéia ou proposta., a não ser as delirantes, equivocadas ou simplesmente erradas.
Apesar dessa conjugação de forças – ou de fraquezas, para dizer melhor, a julgar pelo resultado do primeiro turno – a senadora Roseana Sarney foi vitoriosa no Estado, com 47,21% dos votos válidos, e vitoriosa em quase todos os municípios. Ela está, desse modo, a uma distância de apenas 2,8 pontos percentuais de vencer no segundo turno. Em números absolutos, foram, aproximadamente, um milhão e trezentos mil votos contra novecentos e quarenta mil do segundo colocado, que alcançou 34,36%. Disso resultou diferença a maior de perto de 13 pontos percentuais em favor de Roseana, equivalentes a trezentos e cinqüenta mil votos, pouco abaixo da votação do terceiro.
Esse resultado não deixa dúvida alguma acerca da preferência popular por Roseana, mas foi, contra a lógica e o bom senso, vendido por parte dos oficialistas como vitória deles, porque supõem que os votos do terceiro colocado e dos restantes, de expressão menor, migrarão para o segundo no próximo turno e que Roseana não acrescentará nada a seu desempenho, suposição que expressa tão-só desejos por diversas vezes frustrados em várias ocasiões anteriores.
Vejamos. A estratégia de campanha anunciada desde o início pelo próprio governo era a de apoiar mais de um candidato, no pressuposto de que o cidadão desinteressado de votar em Roseana ou em Jackson Lago, a respeito do qual havia a expectativa de ser, como de fato foi, o de performance menos ruim da antiga oposição, porém distante da senadora, poderia optar por Edson Vidigal, este e o outro, de qualquer forma, com apoio da máquina da administração pública, que agora não é mais malévola, como antes, quando se encontrava fora de alcance. As perguntas a fazer agora, depois de conhecido o resultado, são estas. O eleitor de Vidigal, terceiro colocado, migrará para o segundo? Se o fizer, qual será o tamanho ou a proporção do movimento?
Claro, boa parte do apoio desse candidato foi obtida por meio de favores do poder público a serem distribuídos também no segundo turno. Mas, será zero a rejeição a Jackson Lago, de tal maneira que só uma parcela mínima desse contingente preferirá Roseana na nova situação? O próprio raciocínio oficial supunha exatamente, como disse acima, que esses eleitores não queriam apoiar Jackson. Desconhecer isso agora é desdenhar do discernimento deles. Serão meros robôs sem capacidade de julgamento, sempre a seguir de olhos fechados as ordens dos chefes, mesmo tendo outra preferência? O voto de cabresto ressuscitará?
Suposição aceitável é outra. Uma parcela votará em branco, outra em Roseana e uma terceira no adversário dela, não havendo motivo nem informações a indicarem que a percentagem dos que o escolherão será de tal ordem superior à de Roseana que a impedirá de eleger-se. O inverso é mais provável. Ela precisará conquistar, dos 14,6% de Vidigal, apenas aqueles 2,8 pontos a que me referi e ainda poderá atrair mais alguns eleitores. A preferência dos simpatizantes dos nanicos é imprevisível. Juntos eles somam parcela inexpressiva dos votos válidos.
Por fim, podemos dizer isto. Se, como foi anunciado com euforia na imprensa governista, Roseana foi rejeitada por 52,8% do eleitorado, então, pelo mesmo raciocínio, Jackson o foi por 65,6%, Vidigal por 85,8% e os outros, juntos, por quase 100%.
Vamos ao segundo turno.
 

1 de outubro de 2006

Está na hora

Jornal O Estado do Maranhão


Nas eleições anteriores a esta, os showmícios e a poluição visual das peças de propaganda em outdoors e cartazes mais confundia do que esclarecia as pessoas, além de tornar os custos de campanha elevados, além do razoável. Isso irritava a maioria do eleitorado, em vez de agradá-lo, e divulgava o nome dos artistas, não as idéias dos postulantes. Chegávamos às urnas mais desinformados do que no início da disputa, surdos de tanto ruído e fartos de tantas “mensagens” bonitinhas, mas ordinárias, e sem condições de entendê-las, pelo conhecido vazio de conteúdo delas.
Com as restrições impostas pela legislação, a coisa melhorou, mas nem tanto. Mesmo assim, as cidades ficaram menos barulhentas e sujas, embora não se possa dizer o mesmo de candidatos de uma categoria especial, a dos mensaleiros, sanguessugas e trambiqueiros contumazes. Isso, porém, não nos impedirá de eleger os mais bem qualificados entre os outros.
É salutar ainda para a sanidade da política brasileira a nova exigência, expressa na cláusula de barreira da Lei dos Partidos Políticos, segundo a qual o partido que não alcançar 5% dos votos válidos da eleição proporcional de deputado federal, distribuídos em 9 Estados, com um mínimo de 2% do total em cada um destes, perderá no Congresso a estrutura de liderança, com suas salas e cargos, participará em percentagem bastante reduzida do fundo de financiamento partidário e apenas poderá expor seu programa e suas candidaturas no rádio e na televisão com diminuição substancial no tempo de que dispõe hoje, embora possa funcionar legalmente.
Falta ainda discutir o voto distrital e o facultativo e, em especial, a adoção do parlamentarismo como forma de aperfeiçoamento democrático e obtenção de uma estabilidade que não temos hoje em nosso arranjo político. Recordemos que o sistema parlamentar teve expressiva aprovação no plebiscito de 1993, ainda que a maioria tenha optado pelo presidencialismo.
Aqui no Estado, as pesquisas de intenção de voto para governador do Estado uma vez mais mostram esta verdade universal: o eleitor apóia governantes realizadores e responsáveis, como a senadora Roseana Sarney, sendo indiferente a discursos ideológicos empolados e obscuros, muito distantes do universo mental do cidadão médio e reveladores na maioria das vezes de certa postura de posse exclusiva do sentimento de justiça, de parte de quem deles costuma se valer.
Ela é favorita nas pesquisas por diversas razões, todas ligadas a essa constatação. Uma das mais importantes é a responsabilidade fiscal que teve durante os dois mandatos dela como governadora. No início do primeiro, ela promoveu forte ajuste fiscal e saneou as finanças públicas, por meio de reforma administrativa. Órgãos foram fundidos, sem que nenhuma área da administração fosse prejudicada em sua capacidade de atuação, e o custeio dos remanescentes foi reduzido, do lado da despesa.  Do lado da receita, a arrecadação própria do Estado foi aumentada por meio da melhoria da eficiência do fisco, sem aumento da carga tributária. Resultou daí a melhora da capacidade de investimento do setor público, como o mostram as muitas obras realizadas em todo o Maranhão nos governos dela. Tomemos dois exemplos, entre muitos que podem ser enumerados.
Um é o programa rodoviário com os milhares de quilômetros de estradas construídas ou asfaltadas, inclusive a Balsas-Grajaú, todas eixos de importância para a economia maranhense. Outro é o emprego de vultosos recursos na revitalização do centro histórico da capital maranhense, o que possibilitou a obtenção pela cidade do título de Patrimônio Cultural da Humanidade em dezembro de 1997.
Em poucas horas os resultados da eleição estarão disponíveis quando então poderemos ver que os bons governantes contam com o apoio popular.

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