1 de outubro de 2006

Está na hora

Jornal O Estado do Maranhão


Nas eleições anteriores a esta, os showmícios e a poluição visual das peças de propaganda em outdoors e cartazes mais confundia do que esclarecia as pessoas, além de tornar os custos de campanha elevados, além do razoável. Isso irritava a maioria do eleitorado, em vez de agradá-lo, e divulgava o nome dos artistas, não as idéias dos postulantes. Chegávamos às urnas mais desinformados do que no início da disputa, surdos de tanto ruído e fartos de tantas “mensagens” bonitinhas, mas ordinárias, e sem condições de entendê-las, pelo conhecido vazio de conteúdo delas.
Com as restrições impostas pela legislação, a coisa melhorou, mas nem tanto. Mesmo assim, as cidades ficaram menos barulhentas e sujas, embora não se possa dizer o mesmo de candidatos de uma categoria especial, a dos mensaleiros, sanguessugas e trambiqueiros contumazes. Isso, porém, não nos impedirá de eleger os mais bem qualificados entre os outros.
É salutar ainda para a sanidade da política brasileira a nova exigência, expressa na cláusula de barreira da Lei dos Partidos Políticos, segundo a qual o partido que não alcançar 5% dos votos válidos da eleição proporcional de deputado federal, distribuídos em 9 Estados, com um mínimo de 2% do total em cada um destes, perderá no Congresso a estrutura de liderança, com suas salas e cargos, participará em percentagem bastante reduzida do fundo de financiamento partidário e apenas poderá expor seu programa e suas candidaturas no rádio e na televisão com diminuição substancial no tempo de que dispõe hoje, embora possa funcionar legalmente.
Falta ainda discutir o voto distrital e o facultativo e, em especial, a adoção do parlamentarismo como forma de aperfeiçoamento democrático e obtenção de uma estabilidade que não temos hoje em nosso arranjo político. Recordemos que o sistema parlamentar teve expressiva aprovação no plebiscito de 1993, ainda que a maioria tenha optado pelo presidencialismo.
Aqui no Estado, as pesquisas de intenção de voto para governador do Estado uma vez mais mostram esta verdade universal: o eleitor apóia governantes realizadores e responsáveis, como a senadora Roseana Sarney, sendo indiferente a discursos ideológicos empolados e obscuros, muito distantes do universo mental do cidadão médio e reveladores na maioria das vezes de certa postura de posse exclusiva do sentimento de justiça, de parte de quem deles costuma se valer.
Ela é favorita nas pesquisas por diversas razões, todas ligadas a essa constatação. Uma das mais importantes é a responsabilidade fiscal que teve durante os dois mandatos dela como governadora. No início do primeiro, ela promoveu forte ajuste fiscal e saneou as finanças públicas, por meio de reforma administrativa. Órgãos foram fundidos, sem que nenhuma área da administração fosse prejudicada em sua capacidade de atuação, e o custeio dos remanescentes foi reduzido, do lado da despesa.  Do lado da receita, a arrecadação própria do Estado foi aumentada por meio da melhoria da eficiência do fisco, sem aumento da carga tributária. Resultou daí a melhora da capacidade de investimento do setor público, como o mostram as muitas obras realizadas em todo o Maranhão nos governos dela. Tomemos dois exemplos, entre muitos que podem ser enumerados.
Um é o programa rodoviário com os milhares de quilômetros de estradas construídas ou asfaltadas, inclusive a Balsas-Grajaú, todas eixos de importância para a economia maranhense. Outro é o emprego de vultosos recursos na revitalização do centro histórico da capital maranhense, o que possibilitou a obtenção pela cidade do título de Patrimônio Cultural da Humanidade em dezembro de 1997.
Em poucas horas os resultados da eleição estarão disponíveis quando então poderemos ver que os bons governantes contam com o apoio popular.

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