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Mostrando postagens de outubro 4, 2015

Eu não disse?

Jornal O Estado do Maranhão           Chego em casa morto de fome (ninguém nunca está somente com fome, mas, sempre, morto de fome, não sei se leitor já observou esse fenômeno) e pergunto pelo almoço. Nossa colaboradora (colaboradora desde que o politicamente correto determinou que chamar alguém de empregada era humilhação punível com pesadas penas a serem cumpridas na penitenciária de Pedrinhas) apressou-se a dizer que eu iria almoçar ovo frito na manteiga. Ela mencionou, claro, outros pratos, como torta de camarão, o meu preferido. Mas, minha mente se fixou apenas no ovo e na manteiga. Minha reação foi instantânea e surpreendente até para mim mesmo. Abandonando minha postura no geral cordata e compreensiva e desatento à necessidade de não atiçar, com a colaboradora, a luta de classes, perguntei em voz alta, tentando parecer irônico: “Quer dizer que agora temos aqui, dentro de minha própria residência, uma conspiração para me encher de colesterol e me matar aos poucos? Eu, que prati