O leão e cabul
Jornal O Estado do Maranhão O leão de que falo não é nenhum valente guerreiro tribal afegão, possível herói da defesa de Cabul, na batalha recente que, afinal, não houve, pela sua posse. É o rei da selva mesmo, de nome Marjan, do zoológico da cidade. Seguindo sua natural propensão para devorar seres humanos insensatos o suficiente para aproximaram-se demais dele, especialmente quando o irrecusável apelo da fome se apresenta, abocanhou um combatente. O super-homem havia entrado na jaula para demonstrar valentia. O irmão do imprudente, num acesso de fúria santa que seria aplicada com melhores resultados nos campos de batalha, vingou-se jogando uma granada no animal, arrancando-lhe um olho e deformando-lhe o focinho. Pobre leão! Pôde apenas conservar sua vasta juba, restos inúteis de sua majestade espezinhada. Melhor sorte teve outro rei, o do Afeganistão, Mohammed Zaher Sha. Retirado, em 1973, de posto vitalício, onde pretendia ficar por toda sua eternidade terrena, foi, deposto, para a