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Mostrando postagens de agosto 3, 2008

Costumes Primitivos

Jornal O Estado do Maranhão As velhas eleições, de um tempo de que não me quero lembrar agora, por certa antiguidade, eram exemplos de como poluir uma cidade impunemente. Ainda no tempo das cédulas de papel, que muito serviram para emprenhar urnas, método pouco ortodoxo de ganhar eleições, mas de modo nenhum estranho à política da época, o término da disputa eleitoral era ocasião de se ver ruas cobertas de papel, num ridículo arremedo de fim de festa de carnaval, postes enrolados em cartazes de papel vagabundo e de muito mau gosto e muros pichados com inscrições numa língua que chegava a lembrar em alguns detalhes a língua de Camões e Vieira. Depois veio a fase do showmício, palavra em processo de morte junto com a morte da coisa designada por ela, que deu emprego temporário a muita gente, mas desempregou a consideração pelo direito dos cidadãos de não ouvir música da Bahia e não aturar os astros da música axé com a farda típica da profissão: bonés de aba frontal virada pra trás