25 de março de 2013

FHC costura com Sarney seu caminho para a imortalidade

FHC e Sarney: os ex estarão juntos na ABL?
  
          A disputa pela vaga na Academia Brasileira de Letras aberta com a morte de João de Scantimburgo teve suas articulações iniciais num almoço no paulistano La Casserole, na sexta-feira. À mesa,Nélida Piñon, FHC, José Sarney e mais quatro pessoas.
No meio do almoço, Nélida foi avisada, por celular, que Scantimburgo morrera. Ato contínuo, avisou Sarney, que puxou FHC e ela num canto. Sarney convidou, ali mesmo, FHC a candidatar-se.
          Nélida pediu um “de acordo” de FHC para que ela e Sarney pudessem levar o assunto  aos outros acadêmicos. A dupla recebeu o o.k.
          Nos dois dias em que se seguiram ao almoço em São Paulo, a movimentação foi intensa. FHC já conta com votos de grandes eleitores da ABL. Eduardo Portella, por exemplo, que estava com outro possível pretendente – Carlos Guilherme Motta – converteu-se ao ex-presidente.
          FHC teria, já garantidos, os votos de Celso Lafer, Paulo Coelho, Merval Pereira, Geraldo Hollanda Cavalcanti, Antônio Carlos Secchin, Sergio Paulo Rouanet, Alberto da Costa e Silva, Sábato Magaldi, Hélio Jaguaribe, Marcos Villaça e José Murillo de Carvalho.
FHC quer ser candidato – ou melhor, quer ser imortal. Mas só entrará na briga com a certeza da vitória. Não quer, a essa altura da vida, entrar numa disputa como essa para perder. Não quer repetir JK. Até quinta-feira, avaliará esses apoios.
          Salvo alguma surpresa de última hora, a cadeira será oficialmente declarada vaga na quinta-feira e, em seguida, chega à ABL uma carta de FHC assumindo a candidatura.
Em resumo, o pai da candidatura de FHC acabou sendo Sarney com quem esteve praticamente rompido a partir do final do seu governo. O motivo foi a ação da PF que resultou na implosão da candidatura de Roseana Sarney à presidência.

Por Lauro Jardim

Machado de Assis no Amazon