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Os nomes

Jornal O Estado do Maranhão Os nomes. A angústia são os nomes se diluindo no esquecimento pouco a pouco. De gente e de coisas. Os nomes de tudo. Da mãe, do pai, do marido, dos filhos, dos netos, dos bisnetos, das amigas. Do bairro, em outros tempos chamado por outro nome, onde se ouviam os sons de óperas e operetas, de vozes de grandes cantores e cantoras, e a música de grandes filmes americanos, de xotes, baiões e xaxados brasileiros, de cantores populares e de clássicos. As lembranças serão, talvez, apenas a melodia ao longe. Haverá, quem sabe, apenas sons sem nomes. Como comunicá-los àquele que olha tristemente risonho tentando compreender, se eles não acodem à memória? Parece que nada tem nome ou jamais voltará a ter, como teve no passado que lentamente vai embora. Mas, como ter certeza desse destino inexorável, se agora, na hora de maior necessidade de repelir essa solidão, agora que podem, depois de tanto tempo, de tanta luta, ser ditos gratuitamente, os nomes para dizer isso som