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Mostrando postagens de abril, 2004

A mensagem

Jornal O Estado do Maranhão Os últimos quinze dias foram para mim de verdadeira provação bíblica e indescritível angústia existencial, pois me vi privado sem aviso prévio do meu computador. Tal tragédia criou mil problemas à realização das mais corriqueiras tarefas de meu dia-a-dia, como, por exemplo, esta de maltraçar algumas linhas destinadas à publicação neste jornal. Para o ataque traiçoeiro à minha inseparável máquina, contribuíram em partes igualmente irritantes o ar salitroso do bairro do Olho D’água, que tudo corrói pacientemente, e a Companhia Energética do Maranhão - Cemar, que corrói nossa paciência toda e, não satisfeita, ainda faz oscilar a corrente elétrica, a fim evitar o perigo de os usuários esquecerem a qualidade desastrosa dos serviços da companhia. Nunca poderei esquecer a situação em que me encontrava. Cabeça baixa, olhos pregados no chão, olhar perdido e passos vacilantes, vagava apático pela cidade pensando na minha situação de dependência em relação a essa máqu

Encantamentos

Jornal O Estado do Maranhão Havia encantamentos na terça-feira passada, dia 13 de abril, no Armazém da Estrela, à rua da Estrela no centro histórico de São Luís. Um deles eram as brincadeiras, as folias, as festas, os brinquedos, enfim, do Maranhão. Todos têm um encanto misterioso em suas próprias existências ou nas dos livros, como este em que foram retratados – dizer retratados é dizer melhor do que dizer fotografadas, porque é ir além da máquina fotográfica, mero instrumento para o registro da visão do artista – por Albani Ramos em Brinquedos encantados lançado entre as maiores estrelas do mundo cultural maranhense, com prefácio de José Sarney. O outro encantamento era o livro, pela beleza de suas imagens, que revelam a sensibilidade do autor para as manifestações populares de nossa cultura, e pelo cuidado de edição e bom-gosto de concepção e execução. Essa característica encantatória permite que se possa imaginar esse trabalho, creio eu, como realizado, intencionalmente ou não, p

Sem dúvida

Jornal O Estado do Maranhão Será o Brasil um pária da comunidade internacional, que desrespeita acordos, planeja e executa golpes de Estado no exterior, ameaça militarmente países mais fracos respaldado por seu poderio militar atômico, e os invade, derrubando ditadores com o fim de substituí-los por outros mais confiáveis? Age como um senhor da guerra disposto a usar meios escusos para seus fins igualmente escusos? Pressiona seus parceiros comerciais para obter vantagens econômicas? Recusa-se a assinar tratados de controle da emissão de gases poluentes, apesar de lançá-los em quantidades imensas na atmosfera em prejuízo do ambiente no mundo todo? Será? Seremos uma nação condenada a causar medo? Seremos tão prepotentes assim? Nossa arrogância não tem limites? Uma notícia do Washington Post do dia 4 deste mês poderia justificar respostas positivas a todos essas perguntas. Disse o jornal norte-americano, requentando o café servido em dezembro do ano passado, que o Brasil proibiu inspeto

Coragyps Atratus

Jornal O Estado do Maranhão Os bichos pertencem à espécie Coragyps atratus , gênero Coragyps , família Cathartidae , ordem Ciconiiformes , classe Aves , subfilo Vertebrata , filo Chordata , reino Animalia . São os popularíssimos urubus da cabeça seca, muito comuns por estas bandas. Eles são encontrados desde o sul do Canadá até o sul da América do Sul, segundo a Encyclopedia of North America Birds (Enciclopédia dos Pássaros da América do Norte). Preferem habitats abertos, o que inclui lixões em áreas urbanas e rurais, e evitam florestas fechadas. Esses animais estão a ponto a ser mandados pelo Piauí para o Maranhão. Sob a alegação de que os urubus piauienses estariam causando problemas no aeroporto de Teresina, ameaçando a vida das pessoas por causa do risco de colisão com os aviões, a gerência executiva do Ibama nesse Estado, digamos, irmão – embora depois desse episódio desagregador da unidade nacional eu não saiba mais como chamá-lo –, elaborou um plano de expulsão, essa é a palavr