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Mostrando postagens de julho, 2004

O porto de São Luís

Jornal O Estado do Maranhão Chego ao Papiros do Egito, o sebo de Moema na rua da Cruz, e descubro um número de 1950 da Revista de Geografia e História publicada pela antiga Diretoria Regional de Geografia do IBGE. Em suas páginas encontro o artigo O porto de São Luís de Wilson Soares, do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. Tomo-lhe emprestado o título. O texto, a história dos projetos elaborados para o porto e das várias tentativas de implantá-lo, está resumido nos parágrafos abaixo. Na Colônia ­– 1799 – d. Diogo de Sousa, governador do Maranhão, propôs a seus superiores em Lisboa algumas medidas de melhoramento do porto, uma delas considerada inadiável, a abertura da barra. Nada foi feito. 1817 – Antônio Joaquim de Oliveira, capitão-de-mar-e-guerra encarregado de analisar suas condições, classificou-o como em “estado de ruína”. Até a Proclamação da Independência a situação não mudou. No Império ­– 1832 – autorizada a construção de dois cais, um da ponta de São Francisc

Dieta e vaidade

Jornal O Estado do Maranhão Uma das grandes epidemias do mundo moderno é a obesidade, maior até do que a da aids. O problema, inicialmente das sociedades ricas, hoje está em toda a parte, mesmo nos países pobres. Lembro bem de minha chegada em janeiro de 1978 à cidade de South Bend em Indiana nos Estados Unidos, onde eu ficaria quase cinco anos e meio estudando economia, nas áreas de desenvolvimento econômico e organização industrial, e de meu espanto ao ver a grande quantidade de pessoas com excesso de peso naquele grande país excessivo em tudo. Imediatamente associei o fenômeno ao elevado nível de renda e aos maus hábitos alimentares dos americanos. Eu não imaginava que veria o mesmo aqui na minha volta ao Brasil em 1983. Atualmente em muitas regiões da África e em outras áreas de baixa renda média esse fenômeno ocorre de um modo peculiar. A imensa diferença entre os rendimentos dos pobres e dos ricos criou uma situação em que na mesma sociedade convivem pessoas esquálidas por causa

Leonel

Jornal O Estado do Maranhão A morte, a necessária contrapartida da vida, tem, de um modo geral, o poder de revisar biografias positivamente, mas somente nos momentos imediatamente após ela se impor inexoravelmente. A verdade é esta. Qualquer coisa dita pelos contemporâneos sobre um líder carismático, um homem marcante na vida política e social de uma nação, ou mesmo sobre um qualquer do povo, um obscuro, mas não desimportante, um simples, um falto de influência, um desamparado, é precário, pois as opiniões estarão irremediavelmente contaminadas pelos interesses e paixões da ocasião, amores e ódios, afinidades e aversões, sentimentos bem humanos.  O tempo, somente ele, o mesmo autor da sentença irrevogável sobre os grandes e os pequenos, indiferente a seus supostos poderes e fraquezas, é a única força capaz, quando todo o tumulto de uma época cessa, de fazer o julgamento sereno que, entretanto, estará permanentemente sujeito a revisões, com acréscimos e decréscimos à glória ou à infâmi