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Mostrando postagens de janeiro, 2007

PAC

Jornal O Estado do Maranhão O governo federal acaba de lançar o Plano de Aceleração do Crescimento – PAC. Não houve tempo ainda para uma análise detalhada de todas as possíveis implicações das medidas anunciadas como “o maior programa estratégico de investimentos do Brasil nas últimas quatro décadas”, segundo o documento oficial do Ministério da Fazenda, mas, é possível verificar que do total de R$ 503,9 bilhões destinados à infraestrutura, nas áreas de transporte, energia, saneamento, habitação e recursos hídricos, apenas R$ 67,8 bilhões ou 13,5% virão do próprio governo, recursos já consignados no orçamento de 2007 da União, ou que o seriam nos dos anos seguintes, não representando, portanto, algo adicional, ou seja, acima do que seria orçado de qualquer maneira, mesmo sem plano nenhum. Os cálculos levaram em consideração investimentos das estatais e do setor privado para alcançar os R$ 436,1 bilhões restantes. Ora, a não ser que o governo decida intervir em suas empresas a fim de

Perda irreparável

Jornal O Estado do Maranhão A vida pode nos golpear justamente quando tudo parece em seu lugar e nada indica a iminência de uma grande dor. O infortúnio costuma acontecer nos momentos em que nem nos lembramos da possibilidade de tudo de repente mudar, se tornar o contrário do que era e nos atingir com a força que só a indiferença do acaso, do destino, da fatalidade – ou o nome que se queira dar a isso –, pelo sofrimento das pessoas boas, é capaz de infligir. Surpresa dolorosa como essa aconteceu há poucos dias com a família de Raimundo Nonato Viveiros, o Viveiros de nossas brincadeiras de infância no Monte Castelo, bairro onde crescemos juntos e iniciamos uma amizade de criança que se prolongou nos adultos de hoje e já dura mais de 40 anos. Jogávamos bola, empinávamos papagaios, íamos ao cinema, a festinhas, sem imaginar que a existência pudesse reservar algum dia a um de nós sofrimentos algum, mesmo pequeno, pois outras não eram nossas preocupações senão as de estudar, apenas para n

Davi

Jornal O Estado do Maranhão Bem se poderia chamá-lo de Vida porque Davi a tem em seu nome, como também nos olhos castanhos, brilhantes, sérios e ao mesmo tempo risonhos e alertas. Ele, curioso, observa tudo à esquerda e à direita, olha para cima e para baixo, e sem que se lhe ouça perguntar nada, pedir explicação de coisa alguma, já faz com o olhar todas as perguntas eternas dos humanos. Depois, quando pede algo, esboça um sorriso ou choro – a distância entre um e outro é pequena –, e agita os braços e mãos pequenas, com um gesto rápido e muito dele que o acompanhará ao longo de uma existência longa e feliz. Quando o vi pela primeira vez há quase três meses pensei nas incontáveis gerações que o trouxeram até aqui com o fim de nos iluminar. As vindouras, do mesmo modo, levarão os filhos, netos e bisnetos dele mais adiante, até o apagar dos tempos. Lembrei então, mirando o passado, de meus pais, avós e bisavós, especialmente do meu bisavô português que não conheci, mas quase o sentindo

Más obras

Jornal O Estado do Maranhão Esta semana, os Estados Unidos, através de prepostos do governo do Iraque, enforcaram Saddam Hussein, ex-ditador do país, considerado com justiça um dos mais sanguinários governantes numa região do mundo conhecida por sua violência. Alguns, ou muitos, dirão que ele teve o castigo merecido, estando o assunto encerrado. Não sei se ele merecia a punição cruel e irreversível, mas o assunto não se esgota com a morte dele. Sou contra a pena de morte, por razões que não vou discutir agora. Entre os países desenvolvidos, ela só existe nos Estados Unidos, sendo o Texas, estado de Bush, pródigo no seu uso, inclusive durante seu período como governador. Todos os outros países condenaram a execução, menos a Inglaterra. Sua forma degradante igualou na barbárie os executores ao executado a quem fizeram o favor de abreviar o sofrimento, bem maior caso ele fosse punido com a prisão perpétua. No vídeo que circula na internet, mostrando o ato bárbaro do começo ao fim, pode