Postagens

Mostrando postagens de fevereiro, 2016

Sem demora

Jornal O Estado do Maranhão           Importante, importantíssima, a decisão do Supremo Tribunal Federal – STF de admitir que as pessoas condenadas na segunda instância da Justiça comecem imediatamente a cumprir a pena de prisão, mesmo se possível recorrer aos tribunais superiores. Com o novo entendimento, substituto daquele que vigorava desde 2009, a impunidade, de triste fama no Direito Penal brasileiro, poderá diminuir muito, com a particularidade de atingir mais diretamente quem se beneficiava do entendimento anterior do STF: os réus com recursos financeiros suficientes para contratar caríssimas bancas de advogados, também capazes de utilizar infindáveis recursos a fim de manterem seus clientes à solta até, quem sabe, o tempo desse sentença irrevogável e imune a recursos e chicanas advocatícias e os enviasse de retorno ao pó, origem comum de todos nós, culpados ou inocentes. No Paraíso, ou não, poderiam dar explicações mais detalhadas acerca de suas virtudes e pecados terrenos. P

O Entregador das Manhãs

Luiz Alfredo Raposo Economista. Bancário aposentado Madrugador inveterado, hoje às quatro e meia da matina já estava eu na rede do terraço, dando um balanço das aflições com o Brasil, meu xodó de Grupo Escolar. De repente, pá, aquela pancadinha surda no verde do jardim. Era o pacote do jornal que acabara de aterrissar. Fato costumeiro das antemanhãs, dessa vez ele bateu diferente. Sim, senhor, a despeito de tudo, o jornaleiro não perdera o ânimo nem a condução: levantara antes do sol e saíra para a abençoada batalha do dia. Ele era o Brasil que eu estava procurando, vivo e válido apesar da ferida cruel da crise. Ah, que sacudidela cordial foi aquela! Em reação-homenagem, larguei de mão o macio da rede e vim direto batucar essas linhas. O que mais assusta numa crise como a atual nem é a crise em si: é ver que o país corre o sério risco de estar em marcha batida para uma forma qualquer de moratória da dívida pública. Me explico quase sem tecnicalidades. No passado ano de 2015, dizem os