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Mostrando postagens de setembro, 2005

Sessões Contínuas

Jornal O Estado do Maranhão Eles se foram em silêncio, um de cada vez, pouco a pouco. Um dia, sentimos alguma coisa diferente. Olhamos em volta e não os vimos. Tinham ido embora, desde o da mais alta classe até o mais popular. Eles se sentiam desprezados, abandonados pelos amigos. O último a ir-se foi o Passeio, o cinema na rua do mesmo nome, pois é de cinemas que falo. Era o penúltimo no centro da cidade e foi inaugurado em 1962. Fechou há poucas semanas, depois de 43 anos de funcionamento. Creio ter sido o primeiro em São Luís com ar condicionado. Seus proprietários haviam construído antes, em 1960, o cine Monte Castelo, quase ao lado de nossa casa. Eu tinha 12 anos e vi construírem o prédio desde o alicerce até o teto. Eu me sentava na copa a fim de fazer os deveres de casa. Vezes sem conta perdi a concentração nos estudos, observando pela janela lateral os operários completarem o imenso telhado, aos pouco fechando os vazios, com fieiras e fieiras de telha, como quem vai colocando

Nova Orleans

Jornal O Estado do Maranhão   Nova Orleans foi, em 1718, como São Luís em 1612, fundada por franceses. Portanto, cento e seis anos depois de nossa cidade. O Estado de Louisiana, onde está localizada, originalmente foi possessão da França, vendida por Napoleão I aos Estados Unidos em 1803. É famosa pelo Bairro Francês com seu Mardi Gras, que lembra nosso Carnaval, pelo Dixieland jazz e pelo blues, por sua culinária e por ser o lugar de nascimento de músicos como Jelly Roll Morton e Louis Armstrong. Construída às margens do Mississipi, ela foi atingida por um furacão batizado como Katrina. Poucas vezes houve uma ataque natural tão devastador numa área em que fenômenos desse tipo são comuns. Localizada abaixo do nível do mar em vários pontos, tem em redor diques para contenção do rio ao Sul e do lago Pontchartrain ao norte. Essa linha de defesa, contudo, não foi capaz de conter o imenso volume de água vindo dessas duas direções, quando as barreiras se romperam. Os que não conseguiram sa

De Outro Mundo

Jornal O Estado do Maranhão   Estão vendendo pacotes turísticos para a Lua. Não é ficção; é realidade. Daqui a cem anos, quem sabe, algum pesquisador de jornais antigos se espante de nos admirarmos, hoje, de feito que será banal na época dele, como esse de flutuar serenamente entre os astros. Após levar dois milionários americanos à Estação Espacial Internacional, em 2004, creio, a Space Adventures , empresa dos Estados Unidos, está oferecendo passeios à Lua. Os capitalistas que, como se sabe, são selvagens preocupados apenas em ganhar dinheiro em vez de se dedicarem ao bem-estar dos povos, miram um mercado formado por milionários de toda parte, sempre dispostos a consumir novidades da tecnologia. Portanto, a oferta de aventura poderá ter boa receptividade, pelo menos entre os ricos. O preço é de US$ 100 milhões. A maioria de nós não é capaz de avaliar com exatidão o poder de compra de uma quantia desse porte. A montanha de dólares não dá direito, por enquanto, a um pouso na Lua. Tra