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Mostrando postagens de janeiro, 2004

Marte e Marcianos

Jornal O Estado do Maranhão   Os americanos enviaram a Marte recentemente um robô. Ele acaba de transmitir de lá imagens de incomum beleza árida. Isso me lembra que foi igualmente americano o primeiro homem, Neil Armstrong, a andar na Lua em 1969. Ele nasceu em Wapakoneta, Ohio, Estado vizinho a Indiana onde eu iria morar depois, durante meus estudos de economia na Universidade de Notre Dame. Armstrong também estudou em Indiana, na Universidade Purdue, na área de engenharia aeronáutica. Quando eu escrevi aqui, há dois anos, sobre os passos dados até então pelo homem na conquista do espaço, falei sobre o compositor Bart Howard. Ele fez uma canção cuja letra fala de um namorado que diz romanticamente a sua amada: “Leve-me até a Lua/ e deixe-me cantar entre as estrelas./ Deixe-me ver como é/ a primavera em Júpiter e Marte”. Pois agora os americanos com seu espírito prático estão anunciando o fim de todos os mistérios, nascidos da distância e do desconhecimento, do Planeta Vermelho, se a

As Fichas

Jornal O Estado do Maranhão A polêmica sobre o fichamento de visitantes brasileiros na chegada aos Estados Unidos e de americanos ao Brasil mostra bem o acerto da observação de Machado de Assis sobre a facilidade de suportar-se com paciência a cólica alheia. O calo apertado no pé dos outros provoca talvez um leve bocejo e só. Enquanto apenas os brasileiros iam ser obrigados a submeter-se a esse procedimento, o problema não existiu para o governo americano ou pareceu tão-só o resultado de lamentações de gente pobre e atrasada. No entanto quando o juiz federal titular da 1ª Vara na Seção Judiciária de Mato Grosso, Julier Sebastião da Silva, provocado pelo Ministério Público federal, tomou a decisão de colocar em prática o princípio da reciprocidade, obrigando o Executivo brasileiro a proceder como os americanos, passou a ser algo discriminatório, mas somente porque praticado aqui. Qualquer pessoa de bom senso há de concordar com este raciocínio simples. Se a idéia de fichar os visitante

Almanaque além da ilha

Jornal O Estado do Maranhão No fim do ano de 2003, recentemente falecido, tivemos aqui em São Luís um acontecimento de grande importância para a vida cultural maranhense. Foi o lançamento simultâneo pela Clara Editora e Edições Guarnicê dos livros Almanaque Guarnicê: 20 anos , de Félix Alberto Lima e outros, e Além da Ilha , de Antônio Carlos Lima. Os textos de ambos, guardadas as previsíveis diferenças de estilos, que são como impressões digitais do escritor, apresentam qualidades notáveis de desafetação, clareza, adequação ao assunto, leveza e correção, evidências dos talentos de Antônio Carlos e Félix no trato da língua que, infelizmente, sofre, em outras paragens, agressões diárias e sistemáticas. Suspeito de um componente genético nesses predicados comuns dos dois, pois são eles irmãos, não só biológicos, parece, mas também nas letras. Além da Ilha reúne textos anteriormente publicados em O Estado do Maranhão e em outros jornais. São treze entrevistas e artigos que tratam de