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Mostrando postagens de março 11, 2012

Dicionários e bebês

Jornal O Estado do Maranhão                    O tal do “politicamente correto” está em todo lugar, sempre pronto a melhorar a sociedade. Vejam o exemplo edificante. Um procurador federal em Minas Gerais achou de pedir à justiça o recolhimento do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa porque a obra registra entre 7 acepções do termo cigano duas de sentido pejorativo: “[...] 5 pej . que ou aquele que trapaceia; velhaco, burlador 6 pej. que ou aquele que faz barganha, que é apegado ao dinheiro, agiota, sovina [...].”           Todo mundo sabe, ou devia saber – este não é o caso do procurador –, que um dicionário registra as palavras conforme elas são utilizadas pelos falantes de um idioma, seus verdadeiros construtores. Os dicionários seguem sempre um passo atrás das mudanças na língua e não poderia ser de outra forma. No momento de sua publicação, eles já estão defasados. Eles não inventam palavras e expressões nem lhes dão sentidos que não os do uso costumeiro, inclusive o