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Mostrando postagens de maio 20, 2007

Vôo na manhã

Jornal O Estado do Maranhão Da sacada vêem-se os prédios modernos, onde muitos anos antes pescadores passeavam seus pequenos barcos a vela e suas redes; vêem-se as ruas, as avenidas, o asfalto, o mangue, a lagoa, o mar e a praia com pequenos seres seminus caminhando aparentemente despreocupados, mas em verdade pensando na vida e em suas armadilhas. Será que ele me ama, divaga a garota e olha o próprio corpo descoberto por um biquíni azul. Ali estão os pássaros, os beija-flores, por exemplo, e também os urubus, em seu passeio matinal, lá no alto, despertando inveja nos caminhantes lá embaixo. Um dia desses, dia de sol e muito vento, sem nuvem alguma no céu, presente somente o azul, um deles, cujo nome e espécie nunca se chegou a saber (seria descendente de um daqueles que costumavam pousar na pitombeira no fundo do quintal com cheiro de terra, depois do almoço, nas quentes tardes de antigamente, e que – tiro certeiro de baladeira –, morriam sem ao menos sentir a aproximação do caroço