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Mostrando postagens de março, 2004

Sousâdrade em verso e prosa

Jornal O Estado do Maranhão Poesia e prosa reunidas de Sousândrade é o título do belíssimo livro, organizado por Jomar Moraes, presidente da Academia Maranhense de Letras, e por Frederick G. Williams, do Departamento de Espanhol e Português da Universidade de Brigham Young, no Utah, Estados Unidos, a ser lançado na Academia, à rua da Paz, na quarta-feira, dia 31 de março, às 19:30 h. O luxuoso volume de 536 páginas em papel couchê, encadernado no tamanho 22cm x 32cm, tem edição promovida por Jomar com a chancela editorial das Edições AML e o apoio financeiro da Universidade Federal do Maranhão cujo reitor no início da sua feitura era o professor Othon de Carvalho Bastos, bem como da Fundação Sousândrade, dirigida pelas professoras Dinah Gomes, presidente, e Regina Luna, superintendente. Essa publicação é parte de um projeto de mais de trinta anos dos dois pesquisadores, iniciado em 1970, quando Williams veio fazer pesquisas aqui sobre a vida e obra de Sousândrade com o fim de elabora

Futuro virtual?

Jornal O Estado do Maranhão O governo Lula não apresentou à sociedade brasileira até hoje resultados compatíveis com as esperanças criadas pelo PT ao longo de sua história. Seus programas sociais, na prática, em nada se distinguem de muitos anteriores, de resultados insatisfatórios. As frustrações são profundas porque o partido sempre se colocou como monopolista da sensibilidade à pobreza e à injustiça, levando muitos a imaginarem que a atuação da administração petista daria prioridade a esse campo, gerando bons frutos sem demora. Parte do problema está na inexperiência dos novos administradores, no plano federal. Daqui por diante, porém, completado um ano e alguns meses da posse, essa desvantagem inicial não mais poderá ser invocada como justificativa da inação. O aquecimento, para usar uma imagem ao estilo Lula, já acabou. Agora é o jogo de verdade. Afora isso, há outra dificuldade, maior, relacionada à própria concepção dos programas. Estes e seus assemelhados de todas as épocas tê

A batalha

Jornal O Estado do Maranhão Não se ouvia ruído algum quando ele chegava, apesar de seus tamancos, que em outros pés não seriam tão silenciosos, e de o silêncio não ser de seu temperamento de não levar desaforo para casa. Se não fosse pelo cheiro forte da fumaça do Astória recém-acesso (não se fabricavam cigarros com filtro) ou pelo cheiro de nicotina a lhe impregnar as mãos e a roupa, ambos os odores se espalhando pelas horas do amanhecer na residência, ninguém perceberia que ele já abrira o pequeno portão verde (não seria azul?) de madeira em um plano acima do da avenida, subira a pequena escada de cimento em forma de ele que levava ao terraço, tomara à esquerda evitando a entrada principal, caminhara pela comprida área que ia do terraço até o quintal, formada pelo muro e a lateral da casa, e chegara à cozinha pela porta dos fundos para tomar seu café, feito na hora, com o pão que ele mergulhava na xícara, um costume com origem na Baixada Maranhense, em Cajapió, pois de lá viera. A m