A Língua
Jornal O Estado do Maranhão Em 1954, quando eu tinha seis anos de idade, já me interessava por futebol. Lembro bem da Copa do Mundo daquele ano, na Suíça. Lá o Brasil perdeu, em partida batizada como A Batalha de Berna pela imprensa, para a Hungria, o time favorito, que foi derrotado na partida final pela Alemanha Ocidental, resultado classificado então como zebra pelos entendidos. Como os de hoje, eles viviam de palpites errados sobre os prováveis vencedores. A derrota brasileira em 1950 no Maracanã para o Uruguai, recente como era, ainda gerava muitas discussões. Criou-se um clima de tal pessimismo e tanta autoflagelação nacional que Nélson Rodrigues disse depois que quando a Seleção viajou para a disputa na Suécia em 1958 o exílio da equipe acabara. Ninguém acreditava na nossa equipe. No entanto, as estatísticas forneciam razões para otimismo. Em 1938 ficamos em terceiro lugar e foi nosso o artilheiro, Leônidas da Silva; em 1950, fomos vice-campeões. (Em 1942 e 1946 o torneio não