Tempo de Manguá
Alfredo Raposo Meu avô materno não foi tropeiro, mas nasceu e cresceu numa época em que as cargas viajavam em lombo de burro do litoral até o sertão. Pelo menos, era o que via, de sua cidadezinha natal, no interior do Piauí, coisa que parece ter-lhe despertado um especial apreço pelo ofício. E, no convívio com os netos, ele frequentemente assumia de caçoada a postura disciplinar e o vocabulário daquela gente. Não sei por que mecanismo associativo, mas essa lembrança me veio, ao saber da decisão do presidente Jair Bolsonaro de adiar o reajuste do diesel programado para vigorar a partir da sexta-feira, dia 12/04. O fato provocou microssismos na política e nos mercados financeiros, Bolsa, câmbio, risco. E deixou zonza minha bússola pessoal, pondo-me a procurar hipóteses explicativas. Fala a mídia do alegado temor do presidente, ante o risco de o aumento desencadear uma nova greve que, avalia, repetiria os enormes estragos e desgastes da anterior. No seu governo, não! Ao mesmo tempo, ele