Brasil uber alles
Jornal O Estado do Maranhão
De boas intenções, o inferno está lotado. Basta olhar a fé quase religiosa com que o poder estatal impõe decisões irracionais aos cidadãos. Anunciadas como benefícios a eles, ao homem comum, em especial se ele for comumente pobre, sendo prejudiciais, muitas vezes, aos de classe média, embora isso não seja dito, elas acabam resultando em remédios com efeitos opostos aos apregoados.
A imprensa anunciava, há dias, dois deles. Um, foi a proibição, pelo Procon de Belo Horizonte, com respaldo da justiça, de concessão de descontos a consumidores que pagam suas compras em espécie, se igual desconto não for concedido ao pagamento com cartão de crédito. A alegação, que, por sua larga utilização, não é mais percebida como absurda, é de discriminação contra o comprador disposto usar seu cartão, por não haver, neste caso, o mesmo desconto. O resultado previsível é de o outro consumidor ficar proibido de desfrutar o desconto oferecido espontaneamente pelo vendedor na transação em espécie. A atitude do Procon, essa, sim, discriminatória, tem origem na ideologia antimercado e estatizante tão difundida no Brasil.
Vejam bem, a utilização do desconto torna efetiva a clara vantagem financeira para o cliente desejoso de utilizá-lo. O outro, o do cartão, também obtém vantagem financeira, pois somente desembolsará o valor de sua compra numa data futura levada em conta por ele no momento da compra. Ora, a consideração do tempo pelos dois consumidores, procedimento básico em cálculos financeiros, avaliados, por eles, ainda, seus desejos, orçamentos, juros correntes, etc. , em decisão que é só deles, orienta-lhes as decisões. Um escolhe desembolsar logo; outro, depois, justamente porque as variáveis econômicas e financeiras de ambos não são as mesmas. Mas, o preço do produto o é nos dois casos. A forma de pagar e os desembolsos efetivos, sim, mudam, devido à diferença de datas. Lamentável a justiça sancionar um raciocínio torto e prejudicial ao consumidor, como o do Procon mineiro. Dado a irracionalidade da situação, o vendedor não dá desconto algum a ninguém.
Outro suposto remédio, este bastante previsível, porque vem do pensamento petralha retrógrado, é o da criação pela prefeitura de São Paulo de serviço de táxi, como “solução” para afastar o avanço tecnológico e inovativo dos serviços do aplicativo Uber. O prefeito Haddad, o maníaco da ciclofaixa, tenta criar um serviço caro, de deslocamento mais lento do que os de outros táxis, pois não usará a faixa exclusiva destes, e sujeito a mil complicações burocráticas em sua operação. Mais uma vez, a mentalidade estatizante dá as caras. Em lugar de um serviço privado ágil, eficiente e mais barato do Uber, comparado com o do prefeito, este deseja um monstrengo feito com o fim de atender ao corporativismo dos taxistas tradicionais, não o usuário.
O crescimento econômico e a prosperidade vêm, justamente, da criação de novas tecnologias, produtos e processos produtivos. É isso que o petista Haddad quer destruir. É dever do governo, nestas circunstâncias, sim, achar forma de dar apoio aos trabalhadores atingidos pela modernização. Bloqueá-la, jamais.
Brasil uber alles, senhores.
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