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Pelo telefone

            Jornal O Estado do Maranhão             Hoje tento evitar temas políticos, sempre contaminados por paixões do momento, e corro os olhos pelos segundos e terceiros cadernos da grande imprensa em busca de um bom tema. Até a página policial – ou principalmente ela – poderia me servir em dias como este, de falta da chamada inspiração, que seria mais bem denominada como falta de disposição para escrever. É no caderno Cotidiano, da Folha de S. Paulo , que tomo conhecimento de uma situação, descrita em crônica de Danusa Leão. Em muitos aspectos é semelhante a mais de uma vivida por mim. E daí, por associação de ideias, lembrei de minha recente entrevista à tv Mirante. Nos dois casos – a da crônica e da minha entrevista – o assunto é o mesmo: os péssimos serviços das companhias de telefonia no Brasil. A cronista narra suas atribulações com estas, no caso a Oi, a respei...

Rosa na Academia

Jornal O Estado do Maranhão      Tomou posse no quadro de membros correspondentes da Academia Maranhense de Letras na quinta-feira passada, dia 14, a Dra. Rosa Pacheco Machado. Ela passou a ocupar a Cadeira N o 5, fundada por João de Melo Viana e cujo patrono é Belarmino de Matos, o Didot Maranhense. É interessante a cadeia sucessória dessa Cadeira e já digo por quê. Ela é sucessora de José Mindlin, conhecido empresário e bibliófilo brasileiro, mais bibliófilo do que empresário, penso eu. Ele por sua vez foi sucessor de Elza Pacheco Machado justamente a mãe da Dra. Rosa.      Com o fim de evitar erro do leitor que poderia supor intencionalidade no fato de ela suceder ao sucessor de sua mãe, informo isto. Quando, em sessão ordinária da Academia, seu nome foi indicado pelo acadêmico Benedito Buzar para ocupar um das Cadeiras vagas na época (17 de setembro de 2009), iniciativa formalizada depois por ele e por mim, os dois subscritores da propo...

Votar

Jornal O Estado do Maranhão      O Brasil com as eleições de hoje aprofunda ainda mais um sistema democrático sólido, que parece ter lançado raízes profundas em nossa cultura nas últimas duas décadas e meia. Evidência do acerto dessa afirmação está no ambiente já estabelecido no país, hostil a sonhos de continuísmo – ou pesadelo, para quem acredita mesmo no princípio da alternância do poder, dentro de regras previamente estabelecidas – de parte não pequena do Partido dos Trabalhadores, inclusive de seus mais altos dirigentes. Centrada na popularidade de Lula, a ideia circulou, envergonhada e acanhada (ou não), entre chefes petistas e os chamados militantes, palavra usada na imprensa internacional na designação de extremistas de todos os matizes. No Brasil ela traz à mente o pessoal do pt .      Precisamos lembrar que populares foram diversos chefes de governo que, por circunstâncias históricas e de outras naturezas, depois se tornaram ditador...

Vamos estudar

Jornal O Estado do Maranhão      A educação, como tema de campanha nas atuais eleições, não tem sido objeto de sérias, consistentes e necessárias discussões. A história nos mostra não haver sociedades modernas que tenham alcançado o desenvolvimento, em todas as dimensões implícitas nessa palavra, sem um sistema educacional capaz de dar a seus cidadãos condições não só de apresentarem respostas adequadas às necessidades da economia no mercado de trabalho como de proporcionar-lhes o desfrute de condições materiais que lhes permitam a busca da felicidade e o exercício do direito à vida e à liberdade, livres do medo e da opressão. A Coreia é um exemplo de país que em pouco mais de uma geração transitou da pobreza à riqueza por conta, principalmente, de uma revolução educacional. Falo da Coreia capitalista e democrática, não da outra, sob ditadura comunista.      Vejo na imprensa o ranking das melhores universidades do mundo. Entre as dez melhor...

Vale Tudo?

Jornal O Estado do Maranhão      Estamos acostumados a pensar em eleições como ocasião de os cidadãos, após análise do pensamento dos candidatos, na forma exposta em suas propostas de políticas públicas, tomarem decisões acerca de quem desejam como representantes no Executivo e no Legislativo, mas, infelizmente, não no Judiciário. O mecanismo de escolha é a realização periódica dos pleitos pelas democracias, mas não pelos paraísos terrestres dos trabalhadores como a Coreia.      Como o uso do cachimbo põe a boca torta, não percebemos que se dá exatamente o contrário. Nos dias atuais, as eleições representam oportunidade de os candidatos sondarem o pensamento dos eleitores e, aí sim, declararem suas irremovíveis convicções, semelhantes, por mera coincidência, às dos cidadãos. É a hora de chamar os especialistas e, de posse dos resultados de pesquisas, prometer ao eleitor exatamente o nestas identificado. Qualquer coisa. Inverte-se, assim, a dir...

Renovação

Jornal O Estado do Maranhão      Todo mundo clama o tempo todo contra a falta de renovação na política brasileira. Em época de campanha eleitoral, como agora, as queixas aumentam. Ora, parece que as pessoas não estão prestando atenção nos cartazes de propaganda espalhados pelo Brasil inteiro. Eles desmentem a tão apressada afirmação. Novidades na política, há muitas.      Repare bem, caro leitor, nas fotos de muitos candidatos e faça sua própria avaliação. Não acredite em minhas palavras. Olhe com muito cuidado o primeiro cartaz que lhe atravessar o caminho. Tire a prova. Os rostos novos diante de seus olhos provocarão imensa surpresa. Você irá procurar lá no fundo de suas memórias primevas e dirá: é verdade, é tudo novo, eu nunca tinha visto nada como isso. Mas, infelizmente, uma dúvida chata e intrometida virá mais tarde se aboletar em sua mente angustiada. É esse sujeito mesmo? Faz tanto tempo! O nome dele, porém, lhe escapa.   ...

Uma escola e duas canoas

 Jornal O Estado do Maranhão      Estivemos no dia 23 de julho no Estaleiro-Escola no relançamento da canoa costeira Dinamar, restaurada e entregue a seu proprietário, o mestre Martins. O que há de especial na restauração de uma embarcação a justificar uma solenidade com a presença do criador do Museu Nacional do Mar, Dalmo Vieira Filho, de membros da Academia Maranhense de Letras (Ubiratan Teixeira, Laura Amélia Damous, Benedito Buzar e eu), do Comandante da Capitania dos Portos, o Capitão de Mar e Guerra Calmon Bahia, da imprensa, de dirigentes de órgãos públicos, de gente do mundo cultural de São Luís? Vamos recuar no tempo a fim de obter a perspectiva adequada à explicação do sucesso daquele evento.      Há 33 anos, Luiz Phelipe Andrès aportou em São Luís para aqui se fixar e dar contribuição importante ao Maranhão, tanto na preservação do Centro Histórico, que culminou no título de Patrimônio da Humanidade, dado pelo Unesco à cidade...