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Homenagem e Posse

Jornal O Estado do Maranh ão No próximo dia 2 de outubro, Joaquim Haickel, recentemente eleito para a Academia Maranhense de Letras, Cadeira 37, anteriormente ocupada por Nascimento Morais Filho, será recebido na solenidade de posse pelo acadêmico José Louzeiro, ocupante da Cadeira 25. Ambos, o empossando e o que o recebe, são homens com profundas ligações com o cinema. O primeiro, ao mesmo tempo em que escrevia poesia e contos e liderava movimentos culturais, produziu e dirigiu diversos filmes, como, por exemplo, The best friend, O amigão , com o qual conquistou o prêmio de melhor filme e de melhor filme de cineasta maranhense, no festival Guarnicê de Cinema e Vídeo, realizado pela Ufma em 1984. Em 2008, baseado em um conto que escrevera nos anos 80, roteirizou, produziu e dirigiu Pelo ouvido , filme selecionado para quase uma centena de festivais de cinema no Brasil e no exterior e atualmente faz o curta-metragem Padre Nosso . Louzeiro, por sua vez, escreveu os rot...

A Culpa de Sarney

Jornal O Estado do Maranhão De que os adversários acusam José Sarney? Eu direi de que o acusam. Aqui no Estado, de ter inventado a pobreza. Um belo dia, aborrecido com o Eldorado maranhense, cansado de topar em cada esquina e a toda hora com milionários e bilionários, exibidos cidadãos orgulhosos de suas riquezas, Sarney decidiu inventar a pobreza maranhense. Povoe-se de pobres estas terras, decretou, sentença cujo eco até hoje reverbera. Outros decretarão o esquecimento do marquês de Pombal. Como antigamente se sabia – pelo menos até o tempo em que se estudava a formação econômica do Estado –, esse poderoso ministro de d. José implantou aqui, como forma de garantir a Portugal a posse da região até então abandonada, um modelo econômico mercantilista que de fato atendeu os objetivos da Coroa Portuguesa no curto prazo, pois conseguiu incorporar o território ao domínio português. A economia gestada naquela época, último quartel do século XVIII, tinha como características: 1...

Atividades Acadêmicas

Jornal O Estado do Maranhão Foi de atividade intensa a semana da Academia Maranhense de Letras. Na quinta-feira, tivemos a realização da eleição para o preenchimento da Cadeira 40, vaga com o falecimento do grande artista plástico Antônio Almeida. O eleito foi Ney Bello Filho. Ele tem 40 anos de idade, é bacharel, mestre e doutor em Direito, pós-doutorando pela PUC do Rio Grande do Sul, professor adjunto da Ufma, professor da UNDB, professor pesquisador das Universidades Lusíada, de Porto, Portugal, e da Universidade Federal de Santa Catarina. É, ainda, professor de Direito Ambiental do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Foi professor visitante em 2005 da Universidade Lusíada, Porto, Portugal e da Universidade Ibero-Americana na Cidade do México, em 2006. Faz  palestras no Brasil e no exterior e publicou cinco livros na área de Direito, em co-autoria. De sua própria autoria são dois: Sistema Constitucional Aberto e Oitenta Semanas de prosa. Foi prom...

Espírito de Porco

Jornal O Estado do Maranhão A gripe anda solta pelo mundo. Suína, dizem. Quem pode garantir? Vai ver, os porcos são como os mordomos de filme policial ou de suspense, tudo é culpa deles e nada é. Os próprios especialistas de televisão que sempre dizem o óbvio, desta vez parecem mais úteis. Eles afirmam não haver provas da culpa dos pobres suínos pela endemia, pandemia, epidemia ou seja lá o que for. Apenas por serem porcos é deles a culpa por toda porcaria do mundo, pela sujeira globalizada, pela poluição geral? Depois de passarem séculos nos fornecendo aquelas deliciosas e irresistíveis costeletas e sendo objeto de desejos incontroláveis de nossa parte, agora vamos difamá-los dessa forma, atirando a seus ombros, ou melhor, a suas banhas, todos os pecados cometidos por um vírus misterioso? Se examinarmos a polêmica com mais vagar, porém não tão devagar que haja tempo para nos contaminarmos, poderemos chegar a esta conclusão: foram os galináceos os responsáveis pelo in...

A Menina

Jornal O Estado do Maranhão O espanto levou os presentes, em uníssono, a um prolongado Oh!, com ecos no ambiente solene. Expressavam admiração pela bravura da menina. Vejam sua valentia, diziam, vejam. Toda aquela gente – parentes de certo modo estranhos, pois ela não os havia encontrado muitas vezes ainda, amigos dos pais, dos avós, o primo, todo mundo –, não a inibiu. Ela permaneceu altiva, mas simples, como uma rainha da Suécia, só que de cabelos e olhos negros, orgulhosa como anunciou ser desde o dia de seu nascimento apenas dois meses antes. Seriam olhos de ancestrais indígenas ou asiáticos? Cópia dos da mãe, com certeza, elas os movia de um lado a outro e com eles dizia tudo sem pronunciar nada: Não me verão chorar, nem agora nem depois, antes de eu adormecer depois deste ritual. Se estivesse sentada, a plateia se levantaria para aplaudir e pediria bis pelo resto do dia. Mas, de pé desde o início, os presentes bateram palmas de admiração, deram vivas entusiasmad...

Justiça na Mídia

Jornal O Estado do Maranhão É comum no Brasil juízes de tribunais superiores emitirem de público opiniões sobre assuntos de interesse da sociedade. Não se trata, é óbvio – não é ocioso enfatizar o óbvio na nossa cultura – de cercear o direito de os magistrados terem opinião. No entanto, a continuar assim, eles darão a impressão de prejulgarem casos que no futuro possam chegar à corte onde atuam. Juiz só dá sua opinião nos autos do processo, como dizem meus amigos advogados e como recomenda o bom senso e a experiência. Se o processo ainda não existe, mas pode existir logo à frente, então os juízes deveriam agir hoje como se já existissem, abstendo-se de proclamar aos quatro ventos seu pensamento sobre o assunto e abrindo mão dos breves momentos de enganosa fama. Ademais, quem garante que a eterna inconstância dos julgamentos humanos não os levará a modificar avaliações com aparência de perfeitas no início? O pleno conhecimento do processo e a consideração ponderada de tod...

Batizado de Ludmila

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25-4-2009 Originally uploaded by Davi Moreira . Batizado da neta Ludmila