Atividades Acadêmicas



Jornal O Estado do Maranhão

Foi de atividade intensa a semana da Academia Maranhense de Letras. Na quinta-feira, tivemos a realização da eleição para o preenchimento da Cadeira 40, vaga com o falecimento do grande artista plástico Antônio Almeida. O eleito foi Ney Bello Filho.
Ele tem 40 anos de idade, é bacharel, mestre e doutor em Direito, pós-doutorando pela PUC do Rio Grande do Sul, professor adjunto da Ufma, professor da UNDB, professor pesquisador das Universidades Lusíada, de Porto, Portugal, e da Universidade Federal de Santa Catarina. É, ainda, professor de Direito Ambiental do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Foi professor visitante em 2005 da Universidade Lusíada, Porto, Portugal e da Universidade Ibero-Americana na Cidade do México, em 2006.
Faz  palestras no Brasil e no exterior e publicou cinco livros na área de Direito, em co-autoria. De sua própria autoria são dois: Sistema Constitucional Aberto e Oitenta Semanas de prosa.
Foi promotor de justiça, procurador da República, procurador regional eleitoral, juiz do TRE-MA, corregedor eleitoral e desembargador federal convocado, entre 2006 e 2009. É juiz federal há 15 anos.
São muitas as qualidades do novo acadêmico. Intelectuais, mas não só.  Ele tem o espírito gregário tão necessário à convivência acadêmica, entusiasmo em tudo que faz e é de agradável convivência. Irá contribuir com sua juventude, não tenho dúvida, para um renovado engrandecimento da Academia e o clima de harmonia da Casa.
No dia seguinte, 26, sexta-feira-feira, a Academia recebeu o professor doutor Rafael Moreira, desde 1998 professor associado da Universidade Nova de Lisboa, para uma palestra sobre a arquitetura colonial de São Luís. Ele, que tem origens maranhenses, aqui viveu boa parte de sua infância, tendo familiares na cidade. Antes do início de sua fala, entreguei-lhe o diploma de membro da Academia, no quadro de correspondentes.
Obteve a licenciatura em História, na Faculdade de Letras de Lisboa, em 1974; mestrado em História da Arte na Universidade Nova de Lisboa - UNL, em 1982 com a tese "Um Tratado Português de Arquitetura do Séc.XVI"; doutorado em História da Arte, na UNL, em 1991 com a tese "A Arquitetura do Renascimento no Sul de Portugal: a encomenda régia entre o romano e o moderno"; pós-doutorado em Paris-Sorbonne, sob a orientação do professor André Chastel. Organizou e coordenou catálogos em diversas exposições, como em Bruxelas, Viena, Lisboa e Porto.
Foi professor visitante da Universidade Johns Hopkins, Estados Unidos de1999 a 2000,  professor convidado das Universidade de Innsbruck em 1995 e de Toulouse-Le Mirail em 2009 e de diversos mestrados na Espanha e França. Exerceu a função de conselheiro de História de várias obras de restauro da Fundação Gulbenkian, entre elas a do painel que retrata a Praça do Comércio de Lisboa, encontrado pela equipe do Projeto Praia Grande  liderada por Phelipe Andrès, em 1982, em sobrado próximo à Feira da Praia Grande em São Luís. Foi ele quem identificou, em 1993, esse mural e estabeleceu sua autoria como do arquiteto português João Cândido Guilhobel.
A palestra mostrou a profundidade dos conhecimentos do professor e a sutileza de sua análise da arquitetura colonial de nossa cidade, que também é dele. Ele falou sobre a frequente associação da arquitetura pombalina com a cidade. Não contestou essa relação, mas lembrou que isso se dá mais claramente em Belém do Pará, sendo as construções daqui de feição mais militar.

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